Orçamento da Biblioteca Nacional sobe para nove milhões em 2026
O orçamento da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) para 2026 vai crescer 10%, face ao de 2025, totalizando nove milhões de euros, revelou o diretor-geral da instituição, Diogo Ramada Curto.
“Estamos particularmente contentes, porque obtivemos um aumento substancial do nosso orçamento. Grosso modo, estamos a falar, para o ano que vem, em cerca de seis milhões de euros para pessoal e em cerca de três milhões para tudo o resto”, precisou o responsável pela BNP.
O aumento da verba disponível vai permitir desenvolver “muitos projetos”, assegurou, destacando que o reforço e a formação das equipas deve ser uma prioridade.
A BNP tem cerca de 200 funcionários, incluindo o pessoal da Biblioteca Pública de Évora, que lhe está agregada.
“Sem equipas motivadas, valorizadas, onde a formação deve ser uma prioridade, não conseguimos desenvolver os projetos que temos. A base do funcionamento quotidiano da biblioteca está em quem cá trabalha”, sublinhou o diretor, que se orgulha de ter “equipas extraordinárias” nos diferentes serviços.
“As equipas de bibliotecários constituem a espinha dorsal desta casa, mas existem muitas mais valências, desde a informática, até às equipas das coleções especiais”, afirmou Diogo Ramada Curto, em entrevista à Lusa, realizada na sala principal da BNP, que considera “a mais bonita de Lisboa, a seguir ao São Carlos”.
O espaço, em que se destaca uma tapeçaria de Portalegre com 11 metros, desenhada pelo pintor Guilherme Camarinha, tem capacidade para 250 pessoas e “está sempre cheia”, garantiu.
Cerca de 10% dos funcionários são pessoas com necessidades especiais. “Estamos muito acima da percentagem recomendada para integrar pessoas”, referiu.
Do corpo de pessoal fazem parte 75 bibliotecários, mas também restauradores, encadernadores, engenheiros e funcionários administrativos.
A biblioteca está a reinventar-se para manter a essência e enfrentar novos desafios relacionados com a digitalização e a inteligência artificial.
“Estamos particularmente empenhados nisso”, acentuou Diogo Ramada Curto, assumindo a necessidade de recrutar engenheiros informáticos.
“Mas desde já, tomamos a iniciativa de uma articulação com a Fundação para a Ciência e Tecnologia e com a FCCN (serviços digitais), que tem a seu cargo a construção dessa rede. Temos de nos associar àqueles que têm mais conhecimento do que nós”, declarou.
Para Diogo Ramada Curto, a necessidade de acompanhar os novos tempos tem de ser equilibrada com a ética da Biblioteca, que continua a ser aquela que coloca no centro da formação e da educação, a leitura e o livro: “É através deste equilíbrio entre aquilo que é mais moderno e aquilo que faz parte desta continuidade que nos marca - o livro - que a Biblioteca Nacional entende que melhor defende o património bibliográfico português”.