Sociedade
28 junho 2022 às 22h52

Ocean Base Camp, um espaço aberto ao cidadão

É o espaço mais informal desta conferência. Na marina do Parque das Nações, organiza-se um conjunto de eventos de divulgação e esclarecimento a todos os interessados em discutir como se pode proteger o oceano.

Maria João Martins

Não exige credenciais nem cartas de apresentação - basta parar, escutar e olhar. O Ocean Base Camp, no edifício da Marina do Parque das Nações, é o espaço aberto ao cidadão comum ao longo desta Conferência dos Oceanos. Iniciativa da Fundação Oceano Azul, Sciaena e Seas at Risk, é uma casa onde organizações nacionais e internacionais partilham o seu trabalho, refletem sobre as soluções necessárias e possíveis para proteger o oceano e estabelecem contactos

Durante toda a semana este espaço terá as portas abertas aos membros da sociedade civil interessados em discutir os desafios e soluções para proteger o oceano e, assim, contribuir decisivamente para a luta contra as crises do clima e da biodiversidade. Além das organizações de conservação, espera-se uma variedade de participantes, incluindo artistas, pescadores delegados de vários países, representantes do setor privado e jovens líderes da ação climática e da proteção dos nossos mares.

Nesta 4.ª feira, a parte da manhã será dedicada à importância de reduzir o nível de ruído no oceano (nomeadamente a emitida pelos navios de grande porte), com comunicações de especialistas nesta matéria vindos da Alemanha, Suécia e Portugal. Na sexta-feira, 1 de julho realizar-se-ão sessões dedicadas a mindfulness e ao envolvimento de diferentes interessados na conservação do oceano. À tarde, os participantes serão convidados a escrever os seus pensamentos e ambições sobre as mudanças necessárias até à próxima UNOC, num livro que será entregue ao secretário-geral das Nações Unidas.

Hoje, durante a parte da manhã, falar-se-á de poluição sonora e do impacto que os grandes navios exercem sobre a fauna e flora marinhas com a produção de ruído. O tema começará a ser discutido às 11.30 por Lilian Busse, da UBA, Agência Alemã para o Ambiente, e continuará com a participação de especialistas na matéria suecos, suíços, holandeses e o português Carlos Bravo, da Ocean Care.

À tarde, o destaque vai naturalmente para a realização da Marcha Azul pelo Clima, com encontro marcado para as18.00 junto à Gare do Oriente. Entre as reivindicações dos participantes contam-se a incorporação imediata do valor do oceano na tomada de decisões económicas e políticas; a criação de uma rede global de áreas marinhas protegidas que cubra efetivamente pelo menos 30% dos mares e zonas costeiras a nível mundial até 2030; a proibição de arrasto de fundo e outras artes de pesca industrial e destrutiva em áreas marinhas protegidas e a proibição imediata de todas as novas explorações e produção de petróleo e gás off-shore.

Note-se que Lisboa não será a única cidade portuguesa a realizar uma marcha deste tipo, norteada pelas mesmas preocupações. Também a ilha do Faial, nos Açores, no mesmo dia e à mesma hora, vai fazer a sua Marcha Pacífica pelo Oceano.

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