Com o túnel de drenagem "o que aconteceu não tinha acontecido"
Presidente da Câmara de Lisboa revelou que a obra já está prevista há 20 anos, mas quando tomou posse, em 2021, após ser eleito "não havia planos de execução".
Carlos Moedas voltou esta noite a defender a urgência das obras estruturais dos dois túneis de drenagem na cidade de Lisboa, defendendo que o projeto é "fundamental" para impedir que se repitam inundações violentas como as que se verificaram na noite de quarta-feira na capital.
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Segundo o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o início das obras está previsto para março de 2023, uma vez que foi necessário construir uma tuneladora propositadamente para esta obra e ainda terá de ser montada. E só devem terminar em 2025.
"Esta é uma situação que se vive na cidade há muitos anos. Por isso, esta obra estrutural que temos de fazer, um túnel que vai de Campolide até Santa Apolónia, cinco quilómetros de túnel, vão permitir resolver esta situação", afirmou o autarca em entrevista à SIC Notícias.
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Moedas, que passou a noite de quarta-feira no terreno, junto com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu que se o grande túnel de drenagem de Lisboa já estivesse pronto, "o que aconteceu ontem não tinha acontecido".
O edil explicou ainda que o projeto prevê a construção de dois túneis com mais de cinco metros de diâmetro para escoar a água e proteger a cidade das inundações. Um que ligará os pontos altos da cidade, como Monsanto e Chelas até Santa Apolónia e Beato, junto ao Rio Tejo.
O autarca avisou que a obra vai dar "muito trabalho e causar constrangimentos", incluindo na Avenida da Liberdade, que será um estaleiro durante algum tempo, mas "será fundamental" para impedir que se repita o cenário dantesco vivido na noite de quarta-feira. Por isso, "a câmara precisa da compreensão dos lisboetas" para a realização da obra.
Se é assim tão importante porque ainda não avançou? Segundo Moedas, a obra já está prevista há 20 anos, mas quando tomou posse, após ser eleito "não havia planos de execução".
As zonas de Alcântara, Campo Grande, Campo Pequeno e a Baixa são as mais afetadas no município de Lisboa. A zona da Amadora, onde cerca de 100 pessoas foram retiradas de casa, e Algés, onde ocorreu uma morte, também foram muito fustigadas pelo mau tempo que se abateu sobre a região de Lisboa na noite de quarta-feira.
A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, vai reunir-se com a Presidente da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e com os presidentes das câmaras dos concelhos mais afetados pela chuva para uma reunião, que terá lugar esta sexta-feira às 11.30, para avaliar "o impacto das cheias e a eventual necessidade de apoios". E Carlos Moedas concorda que "há urgência" em ajudar as pessoas.