Ministro da Saúde quer "solução" para medicamentos sem prejudicar "despesa do Estado"
Manuel Pizarro pretende que utentes não paguem mais por medicamentos do que o que pagam.
O ministro da Saúde admite que é necessária uma "solução para o problema dos medicamentos" mas sem prejudicar a "despesa do Estado".
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"Não pode ser visto de forma global. Há casos em que está adequado, outros em que está depreciado e outros em que está exagerado. Temos de olhar para as contas públicas com equilíbrio. Temos de encontrar uma solução para o problema dos medicamentos que permita aos utentes não pagar mais do que pagam hoje mas que permita sustentar a despesa do Estado", afirmou Manuel Pizarro esta quinta-feira à margem da Conferência "Valor da Saúde".
O governante abordou ainda a pandemia de covid-19, frisando que "Portugal está numa fase de vigilância", sem aumento de pressão em termos de internamentos, internamentos em unidades de cuidados intensivos e mortes. "As novas variantes continuam sensíveis aos efeitos da vacina", salientou.
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A Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (Apogen) pediu esta terça-feira celeridade nas negociações com o Governo, alertando que se não forem tomadas medidas prioritárias para enfrentar as consequências da inflação as ruturas destes medicamentos vão aumentar.
A presidente da APOGEN manifestou, em declarações à agência Lusa, a sua preocupação com as dificuldades que o setor dos medicamentos genéricos e biossimilares atravessa devido ao aumento dos preços da energia, dos transportes e das matérias-primas.
"Eu penso que o senhor ministro [da Saúde] é uma pessoa de bom senso, conhecedor da matéria, e que vai estar atento para que os medicamentos genéricos e biossimilares não percam a capacidade de colaborar com o utente e com o Serviço Nacional de Saúde na sustentabilidade, mas para isso as empresas também precisam de ficar sustentáveis", defendeu Maria do Carmo Neves.
No seu entender, as negociações com a indústria de medicamentos genéricos e biossimilares "tem que ser discutida à parte", uma vez que estes fármacos já fazem parte da contenção da despesa do Serviço Nacional de Saúde.