Junta de Freguesia de Algés lamenta que comerciantes "voltem a perder tudo"

O autarca João Antunes diz que ainda não há noção dos estragos causados pelas inundações.

O presidente da União de Freguesias de Algés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo descreveu esta terça-feira um cenário desolador para os comerciantes da freguesia, que "voltaram a perder tudo" devido ao mau tempo que se fez sentir esta madrugada.

"Os comerciantes estão muito desanimados. Há pessoas que abriram ontem [segunda-feira] os seus restaurantes e que ficaram sem nada", disse João Antunes à agência Lusa,.

O autarca referiu que a situação mais problemática se registou na zona de Algés e que, pelas 15:00, muitos comerciantes e moradores ainda procediam à limpeza dos estabelecimentos e habitações.

"Os estragos ainda não sabemos. Há muitas lojas que ainda estão fechadas. Alguns [comerciantes] não querem abrir, outros querem. É uma situação muito complexa. O pouco que tinha sobrado [das inundações da semana passada] agora estragou tudo", lamentou.

O também presidente da direção da Associação Comercial e Empresarial dos Concelhos de Oeiras e Amadora, do distrito de Lisboa, adiantou que será feita uma nova reavaliação dos prejuízos na quarta-feira.

"Só amanhã [quarta-feira] é que vêm para cá as equipas porque estamos à espera de mais chuva. As equipas vão consultar as empresas e fazer uma nova avaliação, pois a avaliação que fizemos está desatualizada", apontou.

Esta manhã, em declarações à Lusa, vários comerciantes de Algés disseram estar de "rastos" e que estavam a ponderar fechar portas, uma vez que ainda estavam a recuperar dos estragos provocados pelo temporal de quarta e quinta-feira da semana passada.

Na segunda-feira, a Câmara de Oeiras anunciou que a autarquia ia disponibilizar 1,5 milhões de euros para apoiar os comerciantes de Algés afetados pelo mau tempo da semana passada, que terá provocado prejuízos no município superiores a 3,6 milhões de euros.

Entretanto, um muro de grande porte que suportava uma encosta também caiu hoje no Dafundo, atingindo três carros, mas sem fazer vítimas, naquele que foi o "maior dano conhecido no concelho" de Oeiras, segundo o presidente.

Isaltino Morais, que falava à SIC Notícias, disse que o muro já "estaria fragilizado" e "não aguentou a chuva" e que agora há que limpar os destroços e construir o que ficou destruído.

"Esta é uma obra com alguma complexidade. Temos de consolidar a encosta que, pelos vistos, é instável e isso exige um trabalho muito apurado", afirmou, acrescentando que a estrada para onde caíram os destroços vai ficar encerrada durante "uns dias".

A chuva intensa e persistente que caiu de madrugada causou hoje centenas de ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas nos distritos de Lisboa, Setúbal e Portalegre, onde há registo de vários desalojados.

Na zona de Lisboa a intempérie causou condicionamentos de trânsito nos acessos à cidade, que levaram as autoridades a apelar às pessoas para permanecerem em casa quando possível e para restringirem ao máximo as deslocações.

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