"Gostaria de ter o dom da longevidade. Viver é o maior dos dons"
O famoso questionário Proust respondido pelo reitor da Universidade da Madeira, Sílvio Moreira Fernandes
A sua virtude preferida?
Mesmo que preferida, uma virtude não define tudo. Para bom começo, a honestidade.
A qualidade que mais aprecia num homem?
Integridade. A mais densa das qualidades masculinas.
A qualidade que mais aprecia numa mulher?
Integridade. A mais densa das qualidades femininas.
O que aprecia mais nos seus amigos?
Que sejam amigos, com tudo o que isso representa. Nada mais.
O seu principal defeito?
Uma teimosia que foi grande, mas agora está esbatida pelo tempo e pela vida.
A sua ocupação preferida?
O ócio, no sentido etimológico de dedicação à vida intelectual. Estamos cada vez mais necessitados de pensar e encontrar explicações e soluções viáveis para a atual voragem do tempo.
Qual é a sua ideia de "felicidade perfeita"?
Não existe, mesmo entre aspas. Há uma pergunta incómoda que me persegue: como pode alguém ser feliz, sabendo que irá morrer?
Um desgosto?
A morte dos pais (duas mortes e um só desgosto, indistinguível).
O que é que gostaria de ser?
De momento, gostaria de ser mais novo (muito mais novo!). Quis ser professor e não me arrependi. Claudiquei apenas duas vezes: no primeiro ano e aos quarenta anos. Teria então gostado de ter sido psiquiatra.
Em que país gostaria de viver?
Na República da Humanidade. Dada a impossibilidade manifesta, em Portugal.
A cor preferida?
O azul do céu pessoano, "o mesmo da minha infância".
A flor de que gosta?
Rosa. As da Rainha Santa povoaram o imaginário da minha infância.
O pássaro que prefere?
Águia. Escolha instintiva!
O autor preferido em prosa?
Eça de Queirós (que me desculpe Almeida Garrett!).
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Poetas preferidos?
Homero, Safo, Virgílio, Dante, Cervantes, Camões, Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner (a lista continua...)
O seu herói da ficção?
Não tenho propriamente um. Lamento! Talvez um pouco de Ulisses (e do irlandês, Leopold Bloom), Oblomov, Ulrich, João da Ega, Arturo Bandini, Paul Wittgensttein.
Heroínas favoritas na ficção?
O mesmo problema! Um pouco de Penélope, Antígona, Blimunda, Maria Eduarda, Bovary, Joaninha, Maria Eduarda.
Os heróis da vida real?
Os lutadores pelo bem comum. É injusto estar a nomear os mais visíveis. Admiro os heróis anónimos que sustentam e dão corpo às grandes causas.
As heroínas históricas?
Pôr a resposta anterior no feminino.
Os pintores preferidos?
Matisse, Modigliani, Picasso (e muitos outros!).
Compositores preferidos?
Beethoven e Mozart (para começar por dois dos maiores).
Os seus nomes preferidos?
Nomes clássicos: Sílvia, Virgílio, Horácio, Helena, mais outros cem.
O que detesta acima de tudo?
A violência.
A personagem histórica que mais despreza?
Quem muito matou. Há muito por onde escolher. É longa a lista de heróis do terror.
O feito militar que mais admira?
Todo aquele que tenha gerado uma paz douradora.
O dom da natureza que gostaria de ter?
A longevidade. Viver é o maior dos dons.
Como gostaria de morrer?
Não aprecio a ideia de "gostar de morrer", mesmo que com "todas as garantias".
Estado de espírito atual?
Existencialmente inquieto.
Os erros que lhe inspiram maior indulgência?
Erros de distração inteligente.
A sua divisa?
Pelo bem comum. Coloca o ego ao serviço de todos e de si mesmo.
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