Sociedade
01 dezembro 2021 às 12h42

Teste exigido em eventos desportivos ao ar livre acima de 5000 espectadores

Direção-Geral da Saúde atualizou norma.

Lusa

O acesso a eventos desportivos com assistência superior a 5.000 espectadores, ao ar livre, e mil espectadores, em recinto fechado, está condicionado à realização de testes de rastreio ao coronavírus, em linha com as medidas em vigor desde hoje. Ou seja, no Benfica-Sporting desta sexta-feira, no Estádio da Luz, esta norma já vai estar em vigor.

A atualização da norma da Direção-Geral da Saúde (DGS) determina a exigência de teste para o acesso a "eventos de grande dimensão, a eventos desportivos, a eventos que não tenham lugares marcados, a eventos que impliquem a mobilidade de pessoas por diversos espaços ou eventos que se realizem em recintos provisórios ou improvisados, cobertos ou ao ar livre, sempre que o número de participantes/espectadores seja superior a 5.000, em ambiente aberto, ou superior a 1.000, em ambiente fechado".

O teste de despiste ao coronavírus SARS-CoV-2 é exigido independentemente do esquema vacinal e, para as pessoas sem esquema vacinal completo, a sua realização é obrigatória para aceder a "eventos de qualquer natureza, bem como espetáculos", ainda que a lotação seja inferior àqueles números.

A apresentação de um teste negativo à entrada passa a ser obrigatória em recintos desportivos, mesmo para pessoas totalmente vacinadas, no âmbito das medidas de combate à pandemia de covid-19, anunciadas na quinta-feira pelo Governo.

Até hoje, dia em que Portugal continental passa a estar em situação de calamidade, o acesso a eventos desportivos estava dependente da apresentação do certificado de vacinação ou de teste negativo.

A obrigatoriedade de apresentar um teste negativo à covid-19, para além do certificado de vacinação, vai afastar as pessoas dos estádios e colocar dificuldades acrescidas na gestão das entradas, advertiu uma representante dos adeptos.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA), Martha Gens, admitiu que, por um lado, é necessário "confiar" nas decisões de "quem trabalha em prol da saúde pública", mas frisou que "a balança" está a ser "prejudicial para o desporto".

"Ou afasta as pessoas dos estádios porque acham que já não chega estarem vacinadas, e relega até para segundo plano a vacinação, o que é errado. [Ou], por outro lado, quem vai, irá enfrentar dificuldades acrescidas no que diz respeito à organização e gestão das entradas", apontou a presidente da APDA.

A representante dos adeptos lembrou, ainda, que "estamos à beira de um dérbi", entre Benfica e Sporting, na sexta-feira, e as medidas para entrada nos estádios "vão ser completamente diferentes", podendo mesmo ter implicações em termos de segurança.

"Espero que não tenha impacto nas questões de segurança, estas demoras que se vão verificar fora dos estádios. Temos algum receio de que possam não ser as medidas mais adequadas, ou que possam até ser um bocadinho contraproducentes", lamentou Martha Gens.

Para a presidente da APDA, de resto, a dupla certificação requerida para ter acesso aos recintos desportivos "talvez seja um bocadinho em excesso" e o preço acrescido a pagar pelos adeptos, para além do bilhete para o jogo, nem sequer é "a pior das questões no meio disto tudo".

"Sobretudo, é o Estado tecer uma medida que talvez possa trazer efeitos contraproducentes e afaste ainda mais as pessoas dos recintos desportivos, quando aquilo de que o desporto precisa é precisamente o inverso", criticou.

Segundo a representante dos adeptos, as medidas continuam a pecar por excesso e a prejudicar os adeptos portugueses em comparação com os de outros países, até mesmo em território nacional.