Sociedade
29 março 2023 às 17h01

Só quatro urgências de obstetrícia vão funcionar sem parar em Lisboa e Vale do Tejo

Modelo de partilha de recursos e de alternância aos fins de semana que está em vigor desde janeiro vai manter-se em abril e maio. Depois, logo se vê. Maioria dos blocos fora da região de Lisboa e Vale do Tejo funciona sem parar.

No Plano Nascer em Segurança apresentado no início do ano, a Direção Executiva do SNS (DE) já deixava claro que este tinha como prazo o primeiro trimestre, mas que poderia ser mantido até a questão da falta de profissionais, sobretudo médicos que assegurassem as escalas, estar resolvida. E, ao fim de três meses, a DE liderada pelo médico Fernando Araújo vem confirmar que vai manter este plano a funcionar por mais dois meses, pelo menos, durante abril e maio, para depois voltar a ser avaliado.

"A salvaguardar dos princípios da equidade, qualidade, prontidão, humanização e previsibilidade dos cuidados prestados no SNS", é a justificação apresentada para manter, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo a esmagadora maioria das unidades a funcionar de forma alternada.

Assim, e de acordo com o plano, na cidade de Lisboa só as urgências de ginecologia e obstetrícia dos centos hospitalares Lisboa Norte (Santa Maria) e Lisboa Central (Maternidade Alfredo da Costa) é que vão funcionar ininterruptamente. O mesmo acontece com os serviços das unidades de Cascais e do Garcia de Orta, em Almada. Ou seja, das 13 unidades de toda a região de Lisboa e Vale do Tejo nove vão ter de funcionar alternadamente.

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O Serviço do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental vai alternar o acesso aos fins de semanas com o do Hospital Fernando Fonseca, Amadora-Sintra. Quando um estiver aberto das 20:00 de sexta-feira até às 08:00 de segunda-feira, o outro estará encerrado. Na zona Norte da região, o serviço do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, vai alternar com o do Hospital de Vila Franca de Xira, no mesmo modelo que as unidades anteriores.

Na Margem Sul, o Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, o Hospital Garcia de Orta e o Centro Hospitalar de Setúbal vão ter de cooperam e partilhar recursos, tal como o tem feito até agora, para garantir o funcionamento rotativo dos respetivos serviços de urgência. Porém, o Garcia de Orta irá sempre funcionar de forma normal e ininterrupta, enquanto os outros dois serviços vão alternar o acesso aos fins de semana. Em relação à zona Oeste e centro da região LVT, o Centro Hospitalar do Oeste, o do Médio Tejo e o Hospital Distrital de Santarém vão funcionar também de forma rotativa.

No comunicado em que anuncia esta decisão, a DE-SNS relembra que Portugal se tem evidenciado em alguns indicadores de saúde nos últimos 40 anos, nomeadamente ao registar uma das mais baixas taxas de mortalidade perinatal do mundo. E que o reforço do trabalho em rede tem em vista "assegurar a previsibilidade e segurança do funcionamento dos Serviços de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia e dos Serviços/Unidades de Neonatologia do SNS".

Na região Norte do país, os 13 blocos de partos existentes de Bragança ao Porto, Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira vão manter-se todos a funcionar ininterruptamente. O mesmo acontecerá nas regiões do Centro, com os sete blocos a funcionar, desde Aveiro à Covilhã, no Alentejo também, os três existentes, Évora, Portalegre e Beja, e no Algarve o serviço de Faro também funcionária sem parar.