Sociedade
15 agosto 2022 às 21h44

Proteção Civil: Incêndio na Serra da Estrela "tem um comportamento violento"

Incêndio que deflagrou a 6 de agosto continua ativo e situação preocupa. Noite será "de combate efetivo", explicou comandante nacional da Proteção Civil.

Rui Miguel Godinho

O incêndio na Serra da Estrela é aquele que neste momento inspira mais cuidados. A informação foi avançada pelo comandante nacional da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), André Fernandes, num briefing na sede nacional do corpo de segurança. "Como se viu nas imagens televisivas, o incêndio tem um comportamento violento e intensidade elevada", frisou.

À hora das declarações (22.30), estavam no terreno 721 bombeiros, com 17 grupos de reforço, incluindo máquinas de rastos do município e das corporações. Segundo o responsável, o incêndio afeta já três concelhos.

Numa noite que se prevê "de combate efetivo às chamas", André Fernandes acrescentou que "as condições meteorológicas não é favorável", uma vez que há previsão de "rajadas de vento na ordem dos 40 km/h", mas, ainda assim, "pode haver alguma recuperação da humidade durante a madrugada", algo que pode ajudar na luta contra o fogo. Irá também acontecer um "reforço efetivo de meios de combate" ao longo da noite, avançou o porta-voz.

Devido a este incêndio, o distrito da Guarda já ativou o plano municipal de emergência e a vila de Gonçalo foi evacuada. Segundo o comandante nacional da ANPC, as prioridades são "evitar danos nas habitações e, ao mesmo tempo, salvaguardar integridade física das populações operacionais". Durante a tarde, o autarca de Manteigas (no distrito da Guarda) já tinha pedido mais meios de combate, numa publicação na rede social Facebook, com o presidente da Câmara da Guarda a referir que o incêndio estava "completamente descontrolado".

Ao início da noite, foi veiculada a informação de que, alegadamente, sete bombeiros terão estado desaparecidos no combate a este incêndio. Sobre isto, André Fernandes esclareceu: "Não houve nenhum problema com os corpos de bombeiros, nem foi acionado nenhum botão de emergência. Tiveram é de fazer um combate efetivo em Vale Formoso", esclareceu o responsável, que acrescentou que os bombeiros em causa pertencem a uma corporação de Aveiro.

O incêndio na Serra da Estrela, que começou no dia 6 de agosto, tinha sido dado como dominado no sábado e havia a previsão de extinção total no espaço de dois dias. Contudo, esta segunda-feira houve alguns reacendimentos (três ao mesmo tempo, conforme explicou o comandante da ANPC) e o incêndio voltou a ter grandes dimensões. "A origem [dos reacendimentos] terá de ser apurada", acrescentou André Fernandes, lembrando: "Devido às condições de seca extrema qualquer ignição que exista pode tornar-se num incêndio de grandes proporções."

Segundo o site da Proteção Civil, há, às 23.32 desta segunda-feira, um total de oito ocorrências ativas em Portugal Continental, mobilizando um total de 1191 bombeiros e 370 carros de combate a incêndios.