Sociedade
30 junho 2022 às 12h04

Negociações para convenção de biodiversidade precisam de acelerar

A secretária executiva da convenção afirmou que "os recursos para aplicação" das decisões são uma das partes mais controversas das negociações.

DN/Lusa

As negociações para chegar à convenção-quadro das Nações Unidas sobre Biodiversidade estão a ser lentas e precisam de acelerar para se conseguir concluir tudo até dezembro, afirmaram esta quinta-feira responsáveis ligados ao processo.

Em conferência de imprensa à margem da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas em Lisboa, um dos grupos de trabalho, Basile Van Havre, assumiu que "as negociações estão a progredir lentamente e que se continuarem a esse ritmo, poderão não ter sucesso" a tempo da conferência das partes, marcada para Montreal, Canadá, de 05 a 17 de dezembro, sob a presidência da China.

"A mensagem que queremos passar agora é que é preciso agir. Precisamos que os países se envolvam ao nível ministerial e de chefes de Estado", afirmou.

Van Havre indicou que para já, o texto proposto para a convenção-quadro "se aplica tanto aos oceanos como a outras partes do planeta".

A secretária executiva da convenção, Elisabeth Maruma, afirmou que "os recursos para aplicação" das decisões são uma das partes mais controversas das negociações, com países que não querem que se aprove uma convenção sem garantias de que seja viável.

Outro ponto de contenção prende-se com os "subsídios lesivos" como os "500 mil milhões de dólares" atribuídos anualmente à agricultura intensiva, "recursos que os países podem redirigir para subsídios positivos para a biodiversidade, o que contribuirá para colmatar as falhas no financiamento".

Basile Van Havre afirmou que "o debate não está paralisado", apesar de a convenção ter ficado em suspenso durante dois anos por causa da pandemia da covid-19.

As metas propostas na convenção incluem a proteção de pelo menos 30% da área oceânica e terrestre mundial, redução de pelo menos dois terços do uso de pesticidas, fim do desperdício de plástico e aumento dos recursos para apoiar a preservação da biodiversidade para 200 mil milhões de dólares anualmente.