Sociedade
26 outubro 2021 às 08h45

Metade dos chefes de equipa da Urgência do Hospital de Braga demitiu-se. Bastonário solidário com médicos

Bastonário da Ordem dos Médicos diz que esta é uma decisão corajosa. A administração do hospital disse que o Serviço de Urgência "mantém o normal funcionamento", sublinhando que os chefes de equipa que se demitiram representam "cerca de metade do total".

DN/Lusa

O bastonário da Ordem dos Médicos manifestou esta terça-feira a sua solidariedade com os médicos do Hospital de Braga que se demitiram e pediu uma intervenção rápida do Ministério da Saúde para melhorar as condições de atendimento dos doentes.

"Esta decisão corajosa dos chefes de equipa merece toda a nossa solidariedade. As suas reivindicações são justas e é urgente reverter a espiral negativa que se tem registado neste hospital, mas também em várias unidades do Serviço Nacional de Saúde [SNS], com impacto na qualidade da medicina e na segurança dos doentes", explica o bastonário da Ordem dos Médicos, em comunicado.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) anunciou na segunda-feira que uma dezena de chefes de equipa de Urgência do Hospital de Braga se tinham demitido, em protesto contra a falta de condições de trabalho e o "desinvestimento" no Serviço Nacional de Saúde.

Na nota divulgada esta terça-feira, o bastonário anuncia ainda que a Ordem dos Médicos fará brevemente uma visita ao Hospital de Braga "para se inteirar melhor das várias situações que levaram a esta decisão limite e das medidas prementes que é urgente implementar".

Contactada pela Lusa, a administração do hospital disse que o Serviço de Urgência "mantém o normal funcionamento", sublinhando que os chefes de equipa que se demitiram representam "cerca de metade do total".

Acrescentou que está "em diálogo" com os chefes de equipa demissionários "por forma a chegar a um consenso célere entre todos os intervenientes".

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Este é o terceiro caso de demissões conjuntas de médicos responsáveis por diversos serviços hospitalares, por falta de meios e de outras condições de trabalho, depois das demissões conhecidas no Hospital de Setúbal e na Urgência Metropolitana de Psiquiatria do Porto (UMPP), concentrada desde abril de 2006 no Hospital de São João.