Sociedade
16 abril 2021 às 12h03

Mais quatro mortes e 553 casos. R(t) e incidência descem

O boletim epidemiológico da DGS indica que há mais 596 pessoas que recuperaram da covid-19.

DN

Portugal registou 553 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, indica a Direção-Geral da Saúde (DGS). O boletim epidemiológico desta sexta-feira (16 de abril) refere também que morreram mais quatro pessoas devido à infeção pelo novo coronavírus.

O índice de transmissibilidade, denominado R(t), desde para 1,05 a nível nacional (antes estava a 1,06) e para 1,04 se só tivermos em conta o território continental (a última atualização era de 1,05).

Também desce a incidência da infeção pelo SARS-CoV-2. A nível nacional situa-se nos 71,6 casos por 100 mil habitantes (antes era de 72,4) e no continente é de 68,0 (antes era de 69,0).

Estes são os dois indicadores que servem de base para a matriz de risco definida pelo Governo, sendo que Portugal mantém-se muito próximo da zona amarela.

O boletim diário mostra que o número de internados subiu para 429 (mais seis doentes face ao dia anterior), dos quais 101 estão em unidades de cuidados intensivos (menos oito).

No total, desde o início da pandemia (em março de 2020), Portugal confirmou 829 911 casos de infeção pelo novo coronavírus, 16 937 óbitos e 787 607 recuperados da doença - dos quais 596 foram reportados nas últimas 24 horas.

Desta forma, o número de casos ativos da doença recuou para 25 367 (menos 47 do que ontem).

Das quatro mortes reportadas no relatório desta sexta-feira, duas ocorreram na região Norte, uma em Lisboa e Vale do Tejo e outra no Centro.

O Norte é hoje a região que regista o maior número de novas infeções, com 228 notificações em 24 horas. Verificam-se mais 182 casos em Lisboa e Vale do Tejo, 32 na região Centro, 25 no Alentejo e 23 no Algarve.

Nos Açores, a autoridade de saúde reporta mais 38 infeções enquanto na Madeira foram diagnosticados 25 novos casos de covid-19.

Os dados atualizados indicam também que há quase 20 mil contactos em vigilância pelas autoridades de saúde. São agora 19 940 (mais 894).

A DGS anunciou hoje que "procedeu a uma retificação da incidência cumulativa de covid-19 a 14 dias por 100 000 habitantes" em relação a Beja, para o período de 31 de março a 13 de abril de 2021. Com esta correção, o concelho vai avançar para a terceira fase de desconfinamento, ao contrário do que foi indicado ontem pelo Governo.

A incidência cumulativa do município é, afinal, de "107 casos por 100 000 habitantes", abaixo do limite dos 120 casos por 100 000 habitantes, informou a DGS.

Nas medidas anunciadas na quinta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa, Beja estava incluída nos concelhos que não vão passar à fase seguinte do desconfinamento que se inicia na segunda-feira (19 de abril), por terem "duas avaliações sucessivas em situação de risco".

Com a saída de Beja do grupo, não prosseguem para a nova fase seis concelhos, mantendo as restrições atualmente em vigor. São eles Alandroal, Albufeira, Carregal do Sal, Figueira da Foz, Marinha Grande e Penela.

Já os municípios de Moura, Odemira, Portimão e Rio Maior vão regressar na segunda-feira às regras que vigoravam no continente português no início do processo de desconfinamento em curso, iniciado em 15 de março.

Também nesta sexta-feira foram divulgados os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes à mortalidade.

Os números indicam que entre março de 2020 e fevereiro de 2021 morreram 134 278 pessoas em Portugal, mais 23 089 do que a média para o mesmo período entre 2015 e 2019.

Do total de mortes, 16 351 (12,2%) foram atribuídas à covid-19, o que representa 70,8% do excesso de mortalidade para o primeiro ano da pandemia que começou com o novo coronavírus detetado em 2019 na cidade chinesa de Wuhan.

Nos dados referentes à transição de março para abril deste ano, o INE nota que o número mortes continua a estar abaixo da média anual para o mesmo período calculada a partir dos números de 2015 a 2019.

Foram também conhecidos hoje os resultados do estudo, designado Painel Serológico Longitudinal Covid-19, que analisou a presença de anticorpos para o SARS-CoV-2 em colheitas de sangue feitas entre 1 e 17 de março, em Portugal continental e ilhas, com uma amostra representativa da população portuguesa.

O estudo estima que 13% da população portuguesa teria em março anticorpos contra o coronavírus da covid-19 após a infeção natural, uma percentagem que sobe para 17% quando incluídas as pessoas vacinadas.

Bruno Silva-Santos, investigador e vice-diretor do Instituto de Medicina Molecular (IMM) João Lobo Antunes, em Lisboa, disse à Lusa que os dados indicam que "a vacinação é a única via em tempo útil para se atingir a imunidade de grupo", essencial para um regresso à normalidade.

A nível mundial, a infeção pelo SARS-CoV-2 é responsável por mais de 2,98 milhões de mortes, de acordo com o balanço desta sexta-feira da AFP, com base em fontes oficiais.

Mais de 139 008 120 casos de novas infeções foram oficialmente diagnosticados desde o início da pandemia, indica a agência de notícias.

De acordo com o relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre a evolução do número de casos de covid-19 em Portugal, os resultados "indicam uma tendência crescente de novos casos a nível nacional e em todas as regiões, à exceção de Lisboa e Vale do Tejo".

De acordo com os dados esta sexta-feira divulgados, o Rt - que se refere ao número de casos secundários de covid-19 resultantes de uma pessoa infetada - está acima de 1 a nível nacional há 15 dias, tendo variado entre os 1,01 e os 1,08 nesse período, estando atualmente nos 1,05.

Por regiões, o INSA afirma que foi estimado um Rt de 1,11 para o Norte, de 1,05 para o Centro, de 0,96 para Lisboa e Vale do Tejo, de 1,13 para o Alentejo, de 1,07 para o Algarve, de 1,41 para os Açores e de 1,22 para a Madeira.

Tópicos: COVID-19, DGS, Sociedade