Sociedade
18 junho 2021 às 12h53

Mais quatro mortes e 1298 novos casos nas últimas 24 horas

Dados da DGS indicam que estão internadas 391 pessoas com covid-19, das quais 84 em unidades de cuidados intensivos. Lisboa com 66,4% dos novos casos. Incidência e R(t) voltam a subir.

DN

Portugal registou, nas últimas 24 horas, 1298 novos casos de covid-19, segundo os dados do boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). O relatório diário indica também que morreram mais quatro pessoas devido à infeção pelo novo coronavírus.

Há agora 391 doentes com covid-19 internados, sendo que 94 estão em unidades de cuidados intensivos.

O boletim da DGS referente às últimas 24 horas mostra que a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a liderar o número de novos casos: 862 ou seja mais de 60% das infeções. Foi também nesta região que se registaram mais mortes: 3. A outra vítima mortal foi no Alentejo.

A incidência continua a subir: 100,2 tanto a nível nacional como no continente. Tal como o R(t): 1,15 no continente e 1,14 a nível nacional.

Atualmente, Portugal tem 27 425 casos ativos da doença, indica o relatório da DGS no dia em que entra em vigor a proibição de circulação de e para a Área Metropolitana de Lisboa (AML). Uma medida decidida pelo Governo para travar a propagação da infeção por SARS-CoV-2.

No final da reunião do Conselho de Ministros de quinta-feira, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, afirmou que "as restrições de circulação de e para a AML aplicam-se a partir das 15:00" desta sexta-feira, estendendo-se até às 06:00 de segunda-feira.

Trata-se de de uma medida que "não é fácil nem desejada por ninguém, mas que é necessária" para conter o agravamento da incidência da doença nesta região, sobretudo com a prevalência da variante "Delta" do novo coronavírus.

Aliás, esta variante, detetada inicialmente na Índia, já é prevalente em Lisboa e Vale do Tejo, região que tem registado um aumento de infeções e que tem gerado preocupações.

Ao DN, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes referiu que "a variante indiana já é a prevalente nesta região, com uma área muito grande, e é muito mais contagiosa do que a anterior, a do Reino Unido, e estamos a correr o risco de voltar a ter milhares de casos por dia".

O epidemiologista, que coordena a equipa da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa que faz a modelação da doença, ​diz não acreditar ser possível travar a situação "sem um confinamento mais rígido".

"Espero estar enganado, mas tenho algum ceticismo em que seja possível só com cercas à circulação aos fins de semana", afirmou o especialista.

Também esta sexta-feira o Governo confirmou que as mais de seis milhões de doses de vacinas administradas em Portugal traduziram-se em cerca de 1000 reinfeções com o vírus SARS-CoV-2 e em cinco mortes.

"Temos cerca de 1000 infetados e cerca de cinco mortes em 6,6 milhões de pessoas vacinadas. Diria que o número de infetados é menos de 0,1% e em número de mortes é menos de 0,08%. São números ínfimos. De qualquer forma, todos os números nos preocupam e, garantidamente, estamos a monitorizar juntamente com a Direção-Geral da Saúde e sempre preocupados, porque uma vida é uma vida", disse o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, durante uma intervenção na Assembleia da República.

Enquanto Portugal enfrenta um aumento de novos casos de covid-19, Espanha anuncia que o uso de máscara nas ruas vai deixar de ser obrigatório a partir do dia 26 de junho.

"Este será o último fim de semana com máscaras em espaços exteriores", avançou o chefe do Governo de Espanha no início do seu discurso no encerramento de uma reunião do Círculo de Economia, realizada em Barcelona.

Segundo Pedro Sánchez, será realizado um Conselho de Ministros extraordinário para aprovar a medida na próxima quinta-feira.