Sociedade
16 agosto 2022 às 10h55

Incêndio na Serra da Estrela já fez 19 feridos ligeiros e três feridos graves

O incêndio, cujo primeiro alerta foi dado na madrugada do dia 6, mas que reativou esta segunda-feira, atinge os municípios de Manteigas, Covilhã e da Guarda. Há três frentes ativas, indicou a Proteção Civil.

DN/Lusa

"Vai ser um dia muito complicado, de muito trabalho para garantir que o incêndio não afeta mais área que já afetou", admitiu, esta terça-feira, o comandante nacional da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), André Fernandes, sobre o fogo na serra da Estrela, que está a ser combatido por mais de mil operacionais, apoiados por mais de três centenas de viaturas.

O comandante nacional refere que a previsão meteorológica para esta terça-feira "é desfavorável ao combate" às chamas, uma vez que se espera "vento forte e uma baixa humidade relativa do ar". No briefing, que decorreu no final da manhã desta terça-feira, André Fernandes indicou que, até ao momento, há a registar 19 feridos ligeiros, três feridos graves e 25 pessoas foram assistidas num incêndio que tem três frentes ativas que estão a preocupar as autoridades. "Nenhum dos feridos graves corre risco de vida", declarou na sede nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Carnaxide, no concelho de Oeiras.

Entre ontem e hoje, "45 pessoas tiveram que ser deslocadas das suas habitações", disse o comandante nacional da Proteção Civil, dando ainda conta de danos registados numa casa de primeira habitação e noutra de segunda habitação, ambas em Vale Formoso, concelho da Covilhã.

O incêndio, cujo primeiro alerta foi dado na madrugada do dia 6, mas que reativou esta segunda-feira, atinge os municípios de Manteigas, Covilhã e da Guarda. A combater as chamas estavam, às 12:43 desta terça-feira, 1140 operacionais, apoiados por 345 viaturas e 11 meios aéreos.

"Houve três ignições em simultâneo, pode ter sido ou não um reacendimento, vai ser apurado. Tudo o que é maquinaria e recursos disponíveis estão a ser aplicados. Garantiu-se a integridade física dos civis e combatentes e minimizou-se o património afetado", acrescentou o comandante nacional, referindo a necessidade de "continuar as manobras de estabilização".

Anteriormente, o comandante regional da Proteção Civil do Centro, António Ribeiro falava em ​três frentes ativas. "A de Sarzedo, na zona de Carvalheira, ainda está desfavorável, com muito trabalho a ser feito. Temos outra mais a norte, em Seixo Amarelo, e outra em Vale Amieiro. Contamos atingir os nossos objetivos nesse trabalho que está a ser desenvolvido", afirmou esta manhã o responsável em declarações à SIC Notícias.

O comandante regional referiu que são zonas localizadas "em vales encaixados", pelo que " o trabalho está a ser feito com apoio de maquinaria pesada", além de meios de combate direto.

Os habitantes de povoações do concelho da Guarda estavam, entretanto, na manhã desta terça-feira, a regressar às suas casas, que tiveram de abandonar devido ao incêndio na serra da Estrela, disse à Lusa o presidente da Câmara, Sérgio Costa.

"Hoje de manhã, a situação acordou mais calma aqui no concelho da Guarda. As pessoas estão gradualmente a regressar às suas casas, desde que haja condições de segurança para tal", explicou.

Segundo o autarca, as chamas obrigaram "algumas centenas de pessoas" a sair de suas casas, em povoações como Quintas da Misericórdia, Gonçalo, Seixo Amarelo, Valhelhas e Famalicão.

Sérgio Costa frisou que agora "a preocupação é fazer face aos reacendimentos muito constantes que estão a acontecer".

"Com o vento que se faz sentir, já está a haver reacendimentos fortes e os meios que chegaram durante a madrugada foram fundamentais para ajudar a debelar as chamas", afirmou.

A autarquia da Guarda já avançou com as operações de limpeza de estradas e começou a avaliar os prejuízos. "Há sítios a que nós ainda não conseguimos ir, nomeadamente às habitações localizadas nas zonas de serra", acrescentou.

Na segunda-feira, Sérgio Costa acionou o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil da Guarda, devido aos incêndios que ameaçaram as povoações do seu território.

O último ponto da situação realizado pelo comandante nacional da proteção civil, na noite de segunda-feira, indicava que as chamas estavam a lavrar com uma "intensidade elevada", registando um "comportamento violento".

A reativação que se verificou segunda-feira do incêndio na serra da Estrela teve origem em "três ignições em simultâneo no Vale da Amoreira", em Manteigas, distrito da Guarda, "com expansão para os concelhos da Covilhã [distrito de Castelo Branco] e da Guarda", adiantou André Fernandes.

Este incêndio, além de atingir o concelho da Covilhã, chegou a Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, queimando um total superior a 14 mil hectares, segundo dados provisórios.

Notícia atualizada às 12:54