Sociedade
19 abril 2021 às 12h03

Portugal continental sem mortes por covid, uma novidade em oito meses

Há mais 26 pessoas internadas, três das quais em UCI, mas casos ativos baixam, tal como o nível de transmissibilidade.

DN

Portugal registou uma morte e 220 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, indica o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta segunda-feira. O óbito foi declarado nos Açores, pelo que em território continental não se registou qualquer morte nas últimas 24 horas associada ao novo coronavírus -- uma novidade desde 2 de agosto.

Também é positiva a tendência do índice de transmissibilidade, o chamado R(t). Na sexta-feira tinha baixado para 1,05 e agora está em 1,0. Já a incidência subiu ligeiramente a nível nacional, estando agora em 71,8 casos de SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes (antes era de 71,6) e no continente é de 68,1 (antes era de 68).

O boletim diário mostra ainda 454 internados (mais 26), dos quais 112 estão em cuidados intensivos (um aumento de três pacientes).

O número de casos ativos baixou para 25.059 (menos 328).

Na distribuição por regiões dos novos 220 casos de infeção conclui-se que o Norte do país tem a maioria (97), seguido de Lisboa e Vale do Tejo (56) e do Centro (24). A Madeira (15) e os Açores (14) registam mais novas transmissões do que o Alentejo (9) e o Algarve (5).

No total, 831.221 portugueses foram infetados com o novo coronavírus, tendo 789.216 recuperado e 16.946 morrido.

Portugal entrou nesta segunda-feira numa nova fase do desconfinamento. Nesta terceira fase, os cerca de 300 mil estudantes do ensino secundário e os quase 400 mil do ensino superior regressam às aulas presenciais, mesmo nos 10 concelhos que não avançam ou recuam no desconfinamento. No entanto, as universidades e institutos politécnicos têm autonomia para decidir como será o regresso ao ensino presencial.

Os restaurantes, cafés e pastelarias podem abrir o serviço de mesa no interior, limitado a grupos de quatro pessoas, para além do serviço de esplanada que agora passa a ter um limite de seis pessoas.

Os centros comerciais e todas as lojas, independentemente da sua dimensão, podem reabrir cumprindo a lotação fixada pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

É possível retomar a prática das modalidades desportivas de médio risco, assim como a atividade física ao ar livre de até seis pessoas.

Os casamentos e batizados voltam a ser permitidos ainda que limitados a 25% da capacidade de ocupação dos espaços onde esses eventos decorram. Já os eventos exteriores ficam sujeitos a uma diminuição de lotação de cinco pessoas por 100 metros quadrados.

As lojas de cidadão reabrem com atendimento presencial por marcação.

Nesta nova fase do desconfinamento, o dever geral de recolhimento mantêm-se, uma vez que o Governo considera necessária a contenção de circulação para o controlo da pandemia.

Moura, Odemira, Portimão e Rio Maior recuam para a primeira fase do desconfinamento e outros seis concelhos mantêm as medidas da segunda fase, enquanto a generalidade de Portugal continental avança para a terceira fase do plano do Governo.
Tendo em conta o mapa de risco da covid-19 dos 278 municípios do território continental português, são 10 os concelhos que ficam impedidos de avançar para a nova fase do plano de desconfinamento. Apesar de estarem impedidos de avançar para a terceira fase, os 10 concelhos vão seguir o plano previsto relativamente à abertura de escolas, ou seja, também voltam ao ensino presencial os alunos do ensino secundário e do ensino superior, como no resto do continente português.

Nos quatro concelhos que recuam para a primeira fase do desconfinamento, voltam a estar encerradas as esplanadas, lojas até 200 metros quadrados (m2) com porta para a rua, ginásios, museus, monumentos, palácios, galerias de arte e similares, assim como está proibida a realização de feiras e mercados não alimentares e a prática de modalidades de baixo risco. Além destas restrições, os habitantes destes concelhos não podem circular para fora do município, proibição que se aplica diariamente, a partir desta segunda-feira e durante os próximos 15 dias, ainda que estejam previstas exceções, como trabalho ou assistência a familiares.

A reabertura das escolas secundárias e instituições de ensino superior faz parte da terceira fase do plano de desconfinamento do Governo, que arranca hoje e abrange todo o território nacional, incluindo os dez concelhos que não avançam para esta nova etapa.

Os alunos regressam às aulas presenciais com medidas de segurança sanitária reforçadas, designadamente a realização de rastreios à covid-19.

No ensino superior, apesar de grande parte dos estudantes continuar para já em casa, uma vez que as instituições preferiram privilegiar as aulas práticas e retomar, noutros casos, o regime de ensino misto, a realização dos testes rápidos de antigénio começou no dia 12 de abril.

O programa de testagem resulta de uma parceria com a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), que disponibilizou na semana passada mais de 240 mil testes, e envolve estudantes, investigadores, docentes e não docentes.

Os rastreios continuam esta semana, estando previsto que as universidades recebam mais 'kits' da CVP sempre que o solicitem e a possibilidade de garantirem elas próprias "as condições adequadas para a realização de testes, e a formação de recursos humanos das próprias instituições que possam proceder à realização massiva dos testes", segundo a tutela.