Sociedade
27 setembro 2022 às 18h50

Governo quer conciliar unidades móveis de policiamento com esquadras

Ministro da Administração Interna recordou que unidades móveis já estão a ser utilizadas em Portugal em eventos desportivos ou culturais e relembrou: não é uma esquadra fixa que resolve problemas que se sentem na rua.

DN/Lusa

O governo está a estudar com a PSP e GNR uma forma de conciliar as unidades móveis de policiamento com as esquadras, revelou esta terça-feira o ministro da Administração Interna, admitindo que uma reorganização do dispositivo policial.

"Estamos a desenvolver um trabalho com a PSP e a GNR, e também olhando para experiência de outros países, para procurarmos compatibilizar melhor aquilo que é a resposta de estrutura fixa com respostas da natureza móvel", disse José Luís Carneiro aos deputados da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos Liberdades e Garantias, onde foi ouvido sobre diversos temas.

O governante defendeu as unidades móveis policiais, como as duas que estão a funcionar desde julho em Lisboa e no Porto, tendo em conta que dão uma "resposta de proximidade".

José Luís Carneiro esclareceu que não se trata de substituir as esquadras por estas estruturas móveis, mas sim "complementar as estruturas fixas com estruturas móveis de resposta policial".

"Não é a esquadra fixa com 12 polícias dentro da esquadra que resolve um problema que se sente nas ruas, é a saída dos polícias para as ruas que permite efetivamente o sentimento de segurança", sustentou.

O ministro frisou que é necessário "olhar para a dimensão do efetivo e garantir que os números do recrutamento são superiores aos da aposentação e depois contabilizar o reforço dos meios humanos com a organização do dispositivo".

José Luís Carneiro recordou também que as unidades móveis já são utilizadas em Portugal em grandes eventos de caráter desportivo ou cultural.

"Não desvalorizemos as unidades móveis de segurança", sublinhou, dando conta que há países, como o Reino Unido, Espanha, Bélgica, Estados Unidos e Austrália, que têm estas soluções.

O ministro sublinhou igualmente que a "resposta urgente é executada por unidades móveis e não pelo efetivo afeto a instalações policiais" e defendeu que é necessário "colocar mais recursos policiais no espaço público em detrimento da sua permanência" nas esquadras.

Além de Portugal ter mais polícias do que outros países europeus por 100 mil habitantes, o ministro destacou ainda que a área metropolitana de Lisboa tem uma esquadra para 29.982 habitantes, enquanto a área metropolitana de Paris tem uma esquadra para 70.693 habitantes e a área metropolitana de Madrid uma esquadra para 264.082 habitantes.