Sociedade
24 julho 2021 às 12h12

Covid-19 causa mais 20 mortos e 3396 novos infetados

Portugal atingiu nas últimas 24 horas um total de 52 782 casos ativos de covid-19. Morreram 20 pessoas, o maior número desde 18 de março. Há menos 20 internados. Nos cuidado intensivos estão 181 doentes, mais três que no dia anterior.

DN

Foram registados mais 20 mortes por covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas, indica o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), elevando para 17 284 óbitos desde o início da pandemia.

Desde 18 de março último que não eram contabilizados tantos mortos, dia em que morreram 21 pessoas.

O relatório diário deste sábado (24 de julho) refere também que foram registados mais 3 396 novos casos de infeção por SARS-CoV-2, totalizando agora 52 782 casos ativos.

O número de internados desce. São agora 835 (menos 20 do que na sexta-feira), dos quais 181 estão em unidade de cuidados intensivos (mais três do que ontem).

O boletim da DGS aponta também que há mais 4 128 recuperados da doença e e mais 1 073 em vigilância, de um total de 82 924.

O R (t) encontra-se em 1, 07 em todo o território nacional e a incidência situa-se nos 418,3 casos de infeção por 100 mil habitantes, a nível nacional e 430,8 casos no Continente.

A região Norte registou o maior número de novos casos com 1286, com Lisboa e Vale do Tejo logo a seguir com 1280. Foi, no entanto, esta última que sofreu o maios número de mortos (10), seguida do Norte (sete), sendo os restantes três distribuídos pelas outras três regiões.

Entretanto, este sábado foi noticiado que o hospital Garcia de Orta, em Almada, continua sob "uma pressão considerável", com "uma média de 20 a 30 doentes positivos" com covid-19, de acordo com o diretor dos cuidados intensivos, destacando a "incidência notoriamente maior" nos "mais jovens".

Em entrevista à Lusa, que visitou o Hospital Garcia de Orta na quarta-feira, Antero Fernandes, diretor do Serviço de Medicina Intensiva, constatou que a unidade tem tido "uma pressão considerável" nas últimas semanas.

"Recebemos, nas últimas duas semanas, uma média de 20 a 30 doentes positivos, dos quais cerca de 10% são internados em contexto de enfermaria e, destes, cerca de 25 a 4% têm necessidade de internamento em cuidados intensivos", detalhou.

Na sexta-feira, o Hospital Garcia de Orta registava um total de 42 doentes infetados com SARS-CoV-2, dos quais 30 internados em enfermaria, oito em cuidados intensivos e quatro doentes em hospitalização domiciliária.

Antero Fernandes assinala "uma diminuição do número de doentes", mas também uma incidência "notoriamente maior em doentes mais jovens", entre os 20 e os 40-50 anos, "a maior parte dos quais ainda não vacinados".

Aliás, neste momento, a maioria dos doentes em cuidados intensivos situa-se na "faixa dos 30-40 até aos 60 anos de idade, com raras exceções acima disto", notou, frisando que a existência de outras doenças adicionais (comorbilidades) continua a ter "bastante importância" no quadro clínico da covid-19.

Nos cuidados intensivos, "a grande maioria [dos doentes atualmente internados] apresenta uma dose apenas da vacina" e alguns não estão vacinados de todo, frisou o médico, acrescentando que muito poucos doentes internados têm as duas doses da vacina (e geralmente têm outras doenças associadas).

O número de novos casos de infeção por covid-19 por 100 mil habitantes e o Rt mantêm uma tendência crescente em Portugal, revela o mais recente relatório da DGS e do INSA com a monitorização das linhas vermelhas.

De acordo com o documento enviado nesta sexta-feira às redações, foram registados 427 casos por 100 mil habitantes no acumulado dos últimos 14 dias.

O limiar de 240 casos por 100 mil habitantes na taxa de incidência acumulada a 14 dias já foi ultrapassado a nível nacional e nas regiões Norte, Lisboa e Vale do Tejo (LVT), Alentejo e Algarve, sendo que a região mais a sul regista uma taxa de incidência de 960 casos por 100 mil habitantes. Mantendo-se a taxa de crescimento atual, estima-se que a região Centro atinja esse valor nos próximos 15 dias.

Já o Rt continua a apresentar valores superiores a 1 não só a nível nacional (1,07) como em todas as regiões do país, com a tendência crescente a ser mais acentuada no Norte e no Alentejo, que apresentam um Rt de 1,16 e 1,11, respetivamente.

Também o número diário de casos internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou uma tendência crescente, correspondendo agora a 70% (na semana passada foi de 68%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas.

O número de testes realizados à covid-19 aumentou nos últimos sete dias, sendo que 5,2% foram resultados positivos (na semana passada foi de 4,9%).

Relativamente à variante Delta, originalmente associada à Índia, é a dominante em todas as regiões, "com uma frequência relativa de 94,8% dos casos avaliados" na semana entre 5 a 11 de julho.