Sociedade
25 junho 2022 às 14h51

Caso Jéssica. Prisão preventiva para os três suspeitos

Os três arguidos suspeitos da morte de uma criança de três anos em Setúbal vão ficar em prisão preventiva.

DN

A determinação foi do Tribunal de Setúbal, onde os três arguidos foram ouvidos por um juiz de instrução. Esta é a medida de coação mais grave prevista no Código Penal. A decisão foi anunciada aos jornalistas pelo juiz presidente da Comarca de Setúbal, António Fialho.

Os três arguidos foram detidos pela Polícia Judiciária por suspeita de homicídio qualificado, rapto, extorsão e ofensas à integridade física. António Fialho escusou-se a adiantar mais pormenores, alegando segredo de justiça.

Na quinta-feira, a Polícia Judiciária revelou ter detido três pessoas por suspeita do homicídio: uma mulher de 52 anos a quem a mãe da criança devia dinheiro, inicialmente identificada como ama, o seu marido, com 58 anos, e a filha, de 27 anos. Estes foram os três arguidos para quem agora foi decretada prisão preventiva.

A morte da menina ocorreu na segunda-feira, depois de a mãe ter ido buscá-la a casa de uma mulher que identificou às autoridades como ama da criança.

De acordo com a mãe, a menina esteve cinco dias ao cuidado da mulher e tinha sinais evidentes de maus-tratos, como hematomas, pelo que foi chamada a emergência médica.

A criança foi assistida na casa da mãe e transportada ao Hospital de São Bernardo, onde foi sujeita a manobras de reanimação, mas não sobreviveu aos ferimentos.

A mãe da menina e o padrasto foram também ouvidos durante a noite de quarta-feira na PJ, mas não foram constituídos arguidos. Segundo João Bugia, a mãe da menina foi "ardilosamente enganada" e levada a entregar a filha por conta de uma dívida de 400 euros que tinha para com a suspeita.

Nos cinco dias em que permaneceu na casa dos detidos, a criança terá sofrido maus-tratos severos.

João Bugia revelou ainda que, apesar de haver algumas suspeitas iniciais de eventuais agressões sexuais contra a criança, esses indícios não foram confirmados na autópsia realizada na quarta-feira.

Tópicos: setúbal, crime, Sociedade