Sociedade
12 junho 2021 às 12h17

DGS. Mais um morto. Pressão sobre os cuidados intensivos aumenta

O número global de internamentos diminuiu de ontem para hoje (de 306 para 300)mas nos cuidados intensivas a situação é oposta: 77 pessoas internadas (mais cinco do que ontem).

DN

Portugal registou nas últimas 24 horas mais 789 casos de novas infeções e uma morte por covid-19, segundo os dados do boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) deste sábado, 12 de junho. O único morto das últimas 24 horas foi registado na região Norte.

Nesta altura estão hospitalizadas 300 pessoas, ou seja, menos seis do que ontem. Nos cuidados intensivos estão 77 pessoas, mais cinco do que ontem. A pandemia está de novo a progredir visto que o número de novos infetados (789) é superior ao número de pessoas recuperadas nas últimas 24 horas (776).

Dos 789 novos infetados das últimas 24 horas, mais de metade (480) foram registados na região de Lisboa e Vale do Tejo. Segue-se o Norte (154), a região Centro (62), os Açores (44), o Algarve (25), o Alentejo (14) e por fim a Madeira (10).

Desde o início, já morreram em Portugal 17045 pessoas (8951 homens e 8094 mulheres), tendo ficado infetadas 856 740.

O boletim hoje emitido pela DGS não atualiza os valores da matriz de risco. A incidência nacional é de 79,3 casos de infeção por por 100 000 habitantes, enquanto no continente esse valor é de 78,4.

Já quanto aos valores do R(t) - Índice de Transmissibilidade, ou seja, quantas pessoas são contagiadas por um infetado - são de 1,07 (nacional) e de 1,08 (só no continente).

A Associação de Médicos de Saúde Pública apelou esta sexta-feira à população para ter "algumas cautelas" em celebrações familiares e noutros contextos, lembrando que a vacina contra a covid-19 não é "100% eficaz" e que a "pandemia ainda não acabou".

"A pandemia ainda não acabou, temos ainda uma incidência em crescendo, com particular destaque na região de Lisboa e Vale do Tejo, que não podemos ignorar", advertiu o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, em declarações à agência Lusa a propósito do aumento do número de casos e de internamentos por covid-19.

O número de internamentos e de contágios tem vindo a registar nos últimos dias um aumento, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo. A região de Lisboa e Vale do Tejo registou 274 novos casos nas últimas 24 horas, o que representa 52,7% por cento do total nacional.

Nesse sentido, Ricardo Mexia salientou a importância de se manter as medidas de proteção individual como o distanciamento físico, evitar as aglomerações de pessoas, manter uma boa higienização das mãos e o uso da máscara.

O especialista em Saúde Pública e epidemiologista adiantou que, com o aumento da cobertura vacinal, as pessoas sentem cada vez mais confiança, contudo, disse, "a vacina não é 100% eficaz", podendo haver pessoas que podem desenvolver a doença mesmo vacinadas.

"O propósito das vacinas é evitar a doença grave e a morte", sublinhou o especialista, explicando que as pessoas podem eventualmente ter situações "mais benignas da doença", mas que não impede que a possam transmitir a outros.

Por isso, defendeu, "apesar de já podermos, e bem, realizar um conjunto de atividades, convém que tenhamos algumas cautelas nesse contexto, para evitarmos que a situação se degrade e que haja eventualmente mais casos junto da nossa família e dos nossos amigos".

A este propósito, assinalou "o número relevante" de casos e surtos com "uma dimensão apreciável" que têm ocorrido em celebrações familiares como aniversários, casamentos, batizados.

Para Ricardo Mexia, "é fundamental" que as pessoas tenham cautela nestes eventos, fazendo, por exemplo, um teste à covid-19 antes de se juntarem com outros, uma medida que diz "poder ajudar a identificar um caso que iria gerar eventuais cadeias de transmissão".

Por outro lado, também é necessário estar atento às "variantes de interesse" do coronavírus SARS-CoV-2, como a Delta, identificada pela primeira vez na Índia, que podem ser "mais transmissíveis e mais severas".

A agência norte-americana do medicamento (FDA, em inglês) mandou descartar milhões de vacinas Johnson & Johnson contra a covid-19 após problemas detetados na fábrica em Baltimore, divulgaram esta sexta-feira vários órgãos de comunicação social.

Apesar da decisão, dois lotes daquela fábrica foram autorizados a serem utilizados.

No comunicado divulgado sexta-feira, a FDA não detalhou os números em concreto, embora a imprensa norte-americana assinale que um total de 60 milhões de doses deverão ser descartadas, segundo o The New York Times.

Terão sido salvas 10 milhões de doses e autorizadas a serem utilizadas.

A Johnson & Johnson confirmou, em comunicado, a autorização da entidade reguladora para a utilização de dois lotes da vacina produzida naquela fábrica, noticia a agência EFE.

No entanto, não forneceu números sobre quantas doses terão de ser destruídas.