Áurea: "Já fui alvo de discriminação e continuo a ser, nomeadamente em relação às tatuagens"

10 perguntas à queima-roupa, 10 respostas na ponta da língua. Nesta rubrica, o DN desafia personalidades a comentar assuntos quentes do país e do verão. Hoje é a vez desta cantora, compositora e atriz portuguesa.
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Estado da música em Portugal.
No que respeita a novos compositores, novas bandas, nova música, está incrível. Depois da covid sofremos um embate muito forte, estivemos parados durante muito tempo, e isso abalou um bocadinho todo o panorama. Felizmente as coisas já estão a voltar ao normal, mas acho que merecíamos uma atençãozinha especial por parte dos maiores, porque a cultura é tudo no país e no mundo.

Quotas de música nas rádios.
Temos muita coisa muito boa e não passa na rádio, não lhe dão a devida importância e devia ter esse espaço. Não deveria ter de existir sequer uma quota para passar em rádios, deveria ser uma coisa natural. As pessoas também merecem isso, é importante darmos variedade, coisas diferentes, para que possamos ter acesso a tudo.

Plataformas online: amigas ou inimigas?
Amigas e é óbvio que podem coexistir com o nosso trabalho. É pena que os discos físicos já não vendam tanto, o foco já não está por aí, está precisamente nas plataformas digitais, mas acho que chegamos a muito mais gente e, isso é com certeza um ponto positivo.

Podcast preferido?
De momento é o do Bruno Nogueira - isso não se diz! Tenho andado a ouvir todos os dias, estou à espera do próximo episódio, já com muita impaciência, porque gosto mesmo muito de o ouvir e de todos os assuntos que ele vai desbravando ao longo dos episódios do podcast.

Alvo de discriminação: já foi?
Já fui alvo de discriminação e continuo a ser em relação a algumas coisas, nomeadamente às tatuagens, por exemplo. Eu sei que pode ser uma coisa muito pequenina comparada com uma série de problemas. Lembro-me que, no início, sofri alguma discriminação por ser mulher, estar a começar, ter uma aparência mais cuidada e então era um bocadinho descredibilizada no meio.

O pior preconceito é...
O pior preconceito é a palavra preconceito. Está nos olhos das pessoas. É muito triste ainda termos qualquer tipo de preconceito que seja, porque devemos ser livres, devemos respeitar a liberdade dos outros e devemos viver num país, no mundo, de forma equilibrada, justa, com empatia. O preconceito é um alvo a abater.

Neste verão não pode faltar...
Neste verão não podem faltar concertos. E felizmente a agenda está muito composta: andamos um bocadinho por todo o país e estamos muito felizes.

Uma música para férias...
Tenho uma perfeita que foi escrita pela Inês Apenas. Faz parte do meu novo disco do moods, que se chama Break, e que fala exatamente sobre isso, sobre tirarmos um bocadinho do nosso dia a dia, de fugir um bocado daquilo que são os nossos problemas e o nosso quotidiano, a nossa rotina, e fazermos as coisas que gostamos.

Umas férias de sonho?
Gosto muito de praia e destinos de praia. Isto vem um bocadinho da minha infância, da minha adolescência, porque cresci no Algarve e sou assim apaixonada por praia e por mar. Mas uma das minhas próximas viagens, que há de acontecer nos próximos tempos, espero eu, é uma viagem ao Japão, que já quero fazer há muito tempo e tem de acontecer.

Uma paixão.
É impossível não dizer a música. Para mim é a maior paixão, é o maior amor da minha vida, que espero poder realizá-la até muito tarde - não digo até o final dos meus dias, porque deve ser impossível, porque a voz vai acabando, não é? Mas espero poder fazer isto durante muito, muito, muito tempo e poder alegrar as pessoas com as minhas mensagens, com aquilo que tenho para dar em cima do palco, sentir a energia delas também... e enquanto isso fizer sentido, continuo aqui.

Ouça aqui o podcast:

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