Vacina teve três anos de preparação

A subdirectora-geral de Saúde, Graça Freitas, garantiu hoje que a vacina da gripe A (H1N1), teve três anos de preparação antes de ser fabricada, procurando tranquilizar as dúvidas quanto à sua segurança.

Num debate que decorreu na Ordem dos Médicos, em Lisboa, Graça Freitas afirmou que, no que toca à vacina para a doença que está em fase de pandemia, "tudo ficou pronto antes do tempo", após um "processo longo" que começou em 2005.

Comparando a vacina da gripe A com a da gripe sazonal, frisou que "são dos mesmos fabricantes, cujo interesse é fazê-las seguras" e que seguiram "os mesmos processos" e cumpriram "as mesmas exigências".

Em declarações à Agência Lusa, Graça Freitas afirmou que "a mensagem que importa passar é que esta vacina não tem nada de novo em relação às outras vacinas, houve todo um trabalho prévio para que tudo estivesse pronto quando surgisse a pandemia".

Graça Freitas apontou que, se estão a ser comunicadas mais "reacções adversas" à vacina, isso tem a ver com a "fármaco-vigilância activa" que as autoridades sanitárias a nível mundial estão a praticar para controlar o progresso da doença.

Citando números da Organização Mundial de Saúde, referiu que com "65 milhões de vacinas" administradas, conta-se "uma reacção adversa por cada dez mil doses".

Em relação aos receios de que a vacina possa ter a ver com alguns abortos espontâneos comunicados nos últimos dias a seguir à vacinação das mães, Graça Freitas argumentou que as estatísticas em Portugal indicam que há "17 mortes fetais por semana por cada cem mil grávidas, independentemente das vacinas", pelo que os números actuais não estão fora do normal.

Quanto à incidência da síndrome Guillain Barre -- um efeito secundário raro da vacina da gripe que afecta o sistema nervoso periférico e pode provocar paralisia -- Graça Freitas disse que o risco de surgir por causa da vacina é "muito inferior" ao risco de ser provocada por infecções.

"A vacinação é a melhor prevenção", reiterou a responsável, uma recomendação que fez aos médicos que participaram no debate.

Recomendação igual fez Filipe Froes, pneumologista do Hospital Pulido valente,que afirmou que estar preparado para a doença é "um imperativo nacional".

Filipe Froes destacou que a idade média dos mortos por gripe A desde o início da pandemia é "entre os 20 e os 49 anos", incluindo crianças, uma diferença fundamental em relação à gripe sazonal, que afecta mais pessoas idosas.

A diferença, explicou deve-se ao facto de os mais velhos já terem desenvolvido defesas contra as estirpes do vírus que se combinaram para criar a gripe A (H1N1).

O médico indicou que o risco de as grávidas contraírem a gripe A é "quatro vezes superior" ao risco de contraírem a sazonal, o que poderá explicar-se por "fenómenos hormonais" que ocorrem na gravidez e que inibem as defesas do organismo para acomodar melhor o feto.

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