Três milhões não foram ao centro de saúde no último ano
Secretário de Estado da Saúde diz que é preciso captar utentes. Associação de médicos de família fala em falta de material.
No último ano mais de três milhões de utentes com médico de família não foram a nenhuma consulta no centro de saúde. O dado, recolhido há duas semanas, foi apresentado ontem pelo secretário de Estado da Saúde, Fernando Leal da Costa, na apresentação do relatório "Hipertensão nos Cuidados de Saúde Primários". O político afirmou que é preciso chamar estas pessoas, de forma a que os serviços de saúde não sejam "casas de doença" e se aposte na prevenção. Para resolver o problema da hipertensão, que atinge mais de dois milhões de pessoas - como o DN noticiou na edição de ontem -, a associação dos médicos de família pede prioridade para estes doentes na atribuição de um clínico.
"Temos de encontrar maneira de captar e criar o interesse destas pessoas, que, julgando-se saudáveis, não procuram os serviços de saúde. Temos de transformar os nossos ser-viços em centros de saúde e não apenas em casas de doença onde as pessoas só vão quando se sentem mal. São utentes inscritos em lista que deveriam ter ido pelo menos uma vez ao médico e não foram. Temos de pedir aos médicos que vejam as suas listas e contactem estes utentes para que não deixem de ir", afirmou o secretário de Estado da Saúde, Fernando Leal da Costa.