Suspeito de tentar matar avó sem motivo aparente começa a ser julgado em Aveiro
Jovem de 17 anos está em prisão preventiva há quase um ano. Está acusado de um crime de homicídio qualificado na forma tentada e outro de detenção de arma proibida.
O Tribunal de Aveiro vai começar a julgar na próxima segunda-feira um jovem de 17 anos suspeito de ter tentado matar a avó com uma arma de fogo, sem motivo aparente, em Sever do Vouga.
O arguido, que se encontra em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Leiria, há quase um ano, está acusado de um crime de homicídio qualificado na forma tentada e outro de detenção de arma proibida.
O crime ocorreu no dia 21 de junho de 2014, pouco depois da meia-noite, na residência onde o menor, de nacionalidade francesa, vivia com os avós em Pessegueiro do Vouga, no concelho de Sever do Vouga.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a que a Lusa teve acesso, o arguido aproveitou a ausência do avô, que já se tinha ido deitar, pegou numa pistola, aproximou-se por trás da avó, que se encontrava sentada num sofá a ver televisão, na sala de estar, e disparou um tiro, a muito curta distância, atingindo-a na cabeça.
O jovem terá ainda tentado disparar um segundo tiro, mas a arma acabou por encravar, o que, segundo o MP, impediu que conseguisse consumar o homicídio.
Ao ouvir o disparo, o avô dirigiu-se de imediato à sala para saber o que tinha acontecido, e o arguido terá começado a gritar pela avó para disfarçar os seus atos.
Os investigadores conseguiram apurar que a arma utilizada no crime terá sido furtada pelo menor do quarto do dono de um restaurante, onde o mesmo estava a estagiar.
O MP diz que o arguido agiu "de forma fria, metódica e organizada", tendo como objetivo "tirar a vida à sua avó paterna, indiferente aos laços de sangue que os unem, de estar confiado à mesma e da relação de afeto que esta tinha para consigo".
"Fê-lo sem ter qualquer motivo para tal e apenas pelo simples prazer de a matar", sublinha o MP.
O jovem, que frequentava um curso profissional de hotelaria, viveu a maior parte da sua vida em França, mas a partir de março de 2012 veio para Portugal e passou a residir com os avós paternos que passaram a assumir as responsabilidades parentais do menor.