Megaprocesso fez disparar queixas por abusos sexuais

O processo Casa Pia veio despertar o tema da pedofilia até então pouco explorado. E o relatório anual de Segurança Interna confirma-o: enquanto em 2001 a PJ investigou 139 crimes sexuais contra menores, em 2003 recebeu 1313 processos. O ano passado foram 1382. O mesmo documento diz que foi a comunicação social que influenciou as vítimas a denunciarem. O julgamento do processo Casa Pia completa amanhã cinco anos em tribunal e tornou-se um verdadeiro caso de estudo da justiça portuguesa. Primeiro porque sentou no banco dos réus arguidos conhecidos na praça pública, depois porque as vítimas em causa estavam à guarda de uma instituição do Estado. Ao longo dos últimos anos, este processo interminável já se movimentou por vários tribunais, envolveu milhares de páginas, horas de gravação tudo sob um colectivo de juízes, presidido por Ana Peres, que trabalha exclusivamente no caso (ver ao lado dados fornecidos pelo Conselho Superior de Magistratura). Comparecer a uma sessão de julgamento já faz parte da rotina de advogados, arguidos e alegadas vítimas. O DN tentou saber junto do Ministério da Justiça quanto é que o processo já custou ao Estado. Até ao fecho desta edição não foi revelado qualquer valor, até porque entre meios humanos e materiais o valor é quase incalculável.

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