Leonor Cipriano impedida de passar o Natal em casa

Pedido feito ao abrigo do novo código de execução de penas, uma vez que já cumpriu um quarto da pena, não foi autorizado

O Tribunal de Execução de Penas de Évora indeferiu o requerimento apresentado por Leonor Cipriano que pedia a concessão da saída precária para passar o Natal em casa quando já cumpriu um quarto da pena de 16 anos e oito meses, tal pela co-autoria dos crimes de homicídio qualificado e ocultação do corpo da sua filha Joana.

A reclusa queria passar o Natal com a sua mãe, residente na zona de Poço Barreto, no interior do concelho de Silves. A família do padrasto de Joana (com a qual vivem, na localidade da Mexilhoeira Grande, no concelho de Portimão, os dois filhos, Rúben, de oito anos, e Lara, de seis anos, de Leonor Cipriano e de Leandro Silva, seu companheiro quando a menina desapareceu) rejeita aceitar Leonor Cipriano de volta.

A recusa do Tribunal de Execução de Penas de Évora foi confirmada ao DN pelo advogado de Leonor Cipriano, Marcos Aragão Correia que ainda não teve acesso ao despacho judicial, mas não tem dúvidas em apontar a questão do "alarme social" que tal saída precária iria provocar como um dos factores decisivos para a sua constituinte não beneficiar já da entrada em vigor do novo Código de Execução de Penas. Contudo, poderá requerer de quatro em quatro meses novos pedidos ao juiz.

Leonor Cipriano foi condenada pela co-autoria (com o seu irmão) dos crimes de homicídio qualificado e ocultação do corpo da sua filha Joana no dia 12 de Setembro de 2004, na aldeia da Figueira, perto de Portimão. Está detida no Estabelecimento Prisional de Odemira.

Marcos Aragão Correia denunciou ainda a "intercepção de correspondência", com o aparecimento de envelopes abertos em cartas endereçadas tanto por Leonor Cipriano, como por Leandro Silva, cujas defesas patrocinou num processo judicial contra o ex--coordenador da Polícia Judiciária, Gonçalo Amaral por suspeita de agressões em inquirições após o desaparecimento de Joana. "Há um desinteresse absoluto por parte da justiça em relação ao denominado caso Joana. O objectivo é abafá-lo. Em Portugal, quando uma criança desaparece em vez de se aprofundar a investigação policial, apontam-se sempre os pais como os principais suspeitos, como sucedeu com a inglesa Madeleine McCann", lamentou.

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