13 feridos, 12 desalojados e 4.660 pessoas sem luz
(COM VÍDEO) Treze feridos, três deles graves, doze desalojados e 4.600 pessoas sem energia elétrica é o balanço que o Comandante Distrital de Operações de Socorro de Faro fez hoje do temporal que atingiu os concelhos de Silves e Lagoa. O vice-presidente da Câmara de Lagoa estima que mais de 100 habitações tenham sido danificadas apenas naquela cidade na sequência dos ventos fortes que ao início da tarde fustigaram a região do Algarve.
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Em conferência de imprensa, realizada hoje à noite no quartel dos Bombeiros de Silves, o Comandante Distrital de Operações de Socorro de Faro, Abel Gomes, referiu que, entre os três feridos graves, apenas um inspira "cuidados acrescidos".
O mesmo responsável referiu ainda que, de acordo com as previsões meteorológicas, o mau tempo continuará a afetar o Algarve até ao final do dia de sábado, prevendo-se a ocorrência de chuva forte.
Questionado sobre a possibilidade de voltar a ocorrer vento forte como o registado hoje e que provocou uma vaga de destruição nos concelhos de Silves e de Lagoa, Abel Gomes salientou que há condições para chuvas e ventos fortes, mas que esse tipo de fenómeno é de "muito difícil previsibilidade". O Comandante Distrital disse que, de acordo com Instituto de Meteorologia, se tratou "efetivamente de um tornado".
O mau tempo causou ainda 12 desalojados em Lagoa, num total de três famílias, que já foram entretanto realojadas, de acordo com Abel Gomes.
Quanto às falhas no abastecimento elétrico, Abel Gomes disse que a energia deverá ser resposta em grande parte das zonas afetadas até às 24:00 de hoje.
Em Silves não há registo de pessoas desalojadas, afirmou o presidente da Câmara, Rogério Pinto, frisando, contudo, que 20 pessoas tiveram que receber acompanhamento psicológico.
No terreno estão 231 operacionais, apoiados por 67 veículos, tendo sido enviados para a região grupos de reforço de Beja, Évora e Setúbal e equipas da Força Especial de Bombeiros.
Segundo o vice-presidente da Câmara de Lagoa, Rui Correia, além das habitações da parte sul de Lagoa há que contabilizar também outras que se encontram dispersas em Carvoeiro e que foram igualmente atingidas e registam prejuízos elevados. "Ainda não conseguimos contabilizar todos os prejuízos, mas estimamos que centenas de habitações tenham sido atingidas, bem como, largas dezenas de veículos, árvores e postes de eletricidade", disse o autarca.
O vice-presidente acrescentou que foi ativado o Plano de Alerta Municipal, o que significa que os funcionários da autarquia se mantêm no terreno em ajuda as populações afetas.
Há relatos de que na zona de Carvoeiro há várias casas, uma delas com os proprietários ausentes, que também sofreram os efeitos do mau tempo.
Os ventos fortes, segundo o testemunho de várias pessoas à agência Lusa, iniciaram-se na zona do mar em direção a terra "levando tudo à sua frente e elevando veículos a vários metros de altura". "Os carros elevaram-se a quatro e cinco metros do solo e eram atirados contra as paredes como se fossem folhas de papel", disse Isabel Santos, uma das moradoras, cuja habitação ficou sem portas e sem janelas.
Segundo a ANPC, foi "acionado um reforço de meios a partir dos distritos de Évora e Beja" para ajudar nas operações de socorro que estão a ser realizadas nas áreas atingidas. No local, estavam já a operar uma equipa da Força Especial de Bombeiros (Canarinhos) e outra do Grupo de Intervenção Proteção e Socorro da GNR. A proteção civil indica também que foram acionados dois helicópteros para fazer o reconhecimento e avaliação da situação.
Automóveis danificados, postes elétricos, árvores e estruturas móveis arrancados ou telhados destruídos foram estragos já identificados pelas equipas de socorro que estão na zona afetada e que incluem operacionais da GNR, do INEM e dos bombeiros.
Fonte do comando de Faro da GNR adiantou que o fenómeno meteorológico, "do tipo tornado", provocou prejuízos de "valor elevado", existindo "telhados de várias residências arrancados, diversas quedas de árvores e carros arrastados pela via".
Também hoje de manhã, em Albufeira, o mau tempo causou inundações na via pública, alagando casas e lojas da cidade, mas a situação já está regularizada.