SJ exige esclarecimento sobre controlo dos media
O Sindicato dos Jornalistas (SJ) exige uma averiguação urgente e até às
últimas consequências das suspeitas de existência de um plano para
controlar órgãos de informação, envolvendo o Governo e diversas
personalidades. O PSD também quer ouvir entidades ligadas aos media no Parlamento.
Em comunicado distribuído hoje na sequência da divulgação pelo semanário “Sol” do conteúdo de despachos de magistrados e de escutas telefónicas a várias personalidades da área dos negócios e da política, o Sindicato dos Jornalistas considera que as suspeitas suscitadas pelos referidos documentos - uma conspiração inspirada pelo próprio primeiro-ministro para controlar órgãos de informação – é demasiado grave, pelo que exige a sua “averiguação urgente até às últimas consequências e a publicitação das respectivas conclusões sem ambiguidades”. (Comunicado na íntegra aqui.)
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O grupo parlamentar do PSD também quer que o Sindicato dos Jornalistas, a entidade reguladora, os jornalistas e directores de órgãos de comunicação social sejam ouvidos na Comissão de Ética do Parlamento sobre o exercício da liberdade de expressão em Portugal.
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A proposta foi feita ontem, mas a sua discussão e votação foram remetidas para a próxima semana, a pedido do PS, de acordo com os sociais-democratas.
Através de um requerimento, o PSD propôs "que seja promovido um conjunto de audições subordinado à temática do 'Exercício da liberdade de expressão em Portugal'" e que, na sequência dessas audições, seja elaborado um relatório.
No texto apresentado na Comissão de Ética, os sociais-democratas alegam que "o respeito absoluto pela liberdade de expressão" é um "princípio nuclear" da democracia que tem sido "ensombrado" nos últimos anos e que "ganha terreno um sentimento generalizado de condicionamento".
O PSD invoca que "é hoje comummente abordada - no espaço mediático e no quotidiano dos portugueses - a dificuldade de convivência, por parte de quem exerce o poder, designadamente no Governo com a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão". Os sociais-democratas invocam também "acontecimentos recentes que contribuem para o referido estado de condicionamento das liberdades de expressão", que não especificam, para justificar esta proposta de um conjunto de audições.