Semana da Vida quer debater a eutanásia

Projetos dos partidos vão ser votados a 29 de maio na Assembleia da República

Cartazes, ações em lugares públicos, orações pela vida, caminhadas e visitas a lares e hospitais, envolvendo crianças e jovens, são algumas das propostas da Comissão Episcopal do Laicado e Família, através do seu Departamento Nacional da Pastoral Familiar (DNPF), para a Semana da Vida 2018, que este ano é dedicada ao tema "Eutanásia... o que está em jogo?". Promovida pela Igreja Católica, a iniciativa começou ontem e prolonga-se até ao próximo domingo.

Este foi um assunto em destaque na peregrinação de 12 e 13 de maio ao Santuário de Fátima, com o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), António Marto, a pedir um debate "sereno, sério, esclarecido e esclarecedor, aprofundado e humanizador" sobre a eutanásia, garantindo que a Igreja Católica não faz guerras sobre esta matéria, mas não podia ficar silenciada.

O também bispo de Leiria-Fátima referiu, ainda, que a Igreja Católica está a promover "um dinamismo de esclarecimento", numa alusão à distribuição de 1,5 milhões de folhetos contra a eutanásia e em defesa da vida. O desdobrável, preparado por médicos e juristas católicos de acordo com orientações da CEP, começou a ser distribuído há cerca de duas semanas e resume em algumas questões um artigo anteriormente elaborado pela mesma entidade.

Marcelo pede serenidade
Confrontado com as declarações do bispo António Marto, Marcelo Rebelo de Sousa reforçou, em Fátima, que só se pronunciará sobre a eutanásia no fim dos trabalhos parlamentares, dizendo para se esperar "serenamente". Lembrando "uma série de iniciativas do Conselho Nacional de Ética que levaram a debates por todo o país", o presidente da República explicou que "o parlamento irá pronunciar-se no dia 29 na generalidade" e que só assumirá uma posição quando e se lhe "chegar às mãos qualquer diploma para eventual promulgação".

Recorde-se que, nesse dia, serão debatidos e votados na Assembleia da República os projetos de lei do PAN - o primeiro a apresentar um projeto em 2017 - ,do BE, do PS e do Partido Ecologista "Os Verdes". Diplomas que preveem que só podem pedir, através de um médico, a morte medicamente assistida pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável, sendo necessário confirmar várias vezes essa vontade.

Entretanto, terminou ontem a peregrinação ao Santuário de Fátima, que este ano contou com a presença de cerca de 300 mil pessoas. Com Lusa

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