11 janeiro 2016 às 12h05

Sampaio da Nóvoa? "Claro que sei quem é. É neste que eu vou deitar"

Reportagem na feira semanal de Espinho. Candidato testa notoriedade e garante que "há uma mobilização muito forte em torno" da candidatura

Miguel Marujo

Por entre molhos de grelos a um euro, o tomate a 1,25 euros ao quilo e as vagens - estamos a Norte, é assim que por aqui se diz - a 2,5 euros, Sampaio da Nóvoa testou a sua notoriedade, que muitos lhe apontam como a sua pedra no sapato. E, por entre os feirantes e visitantes da feira semanal de Espinho, descalçou-a bem. Sampaio da Nóvoa? "Claro que sei quem é. É neste que eu vou deitar", diz um homem, à passagem da comitiva.

"Antes não o conhecia, agora já o conheço [com a campanha]. E hoje vi-o ao vivo", confessou Elisa (e prefere dizer só o primeiro nome ao DN), quase nos 80 anos, que vende na feira, nas costas da Igreja Matriz de Espinho, desde os seus 20. Há colheres, garfos, facas, espumadeiras, todo o tipo de utensílios para a cozinha, mas as vendas vão fracas, garante. "Isto não está nada melhor", diz. E de Sampaio da Nóvoa, o que espera? "Que venha para melhorar isto, pelo menos algum tem de valer."

As queixas de Elisa replicam-se pela feira. Queixas ditas em voz alta enquanto a caravana se mexe por entre as bancas ou contadas ao candidato por quem lhe dirige a palavra. "Não vejo lá nenhum melhor para ajudar os pobres", diz uma vendedora. "É um homem que sabe falar, é um homem que sabe fazer", atira outra. Perante as câmaras da televisão, e a questão de sempre (sabe quem é?), quase se ofende: "Então não sei eu quem ele é? Sou apreciadora dele."

Sampaio da Nóvoa também aprecia a passagem por Espinho. Já em Oliveira de Azeméis, em declarações aos jornalistas junto à sede da candidatura, regista: "É muito interessante, não só pela notoriedade que vou tendo, como pela enorme generosidade na receção das pessoas que vou tendo. Há uma mobilização muito forte em torno desta candidatura."

O antigo reitor da Universidade de Lisboa explica que tem, "na verdade, dois adversários nestas presidenciais: o primeiro é a abstenção, e a abstenção tem de ser combatida com os meus princípios, com as causas com que me bato e com esta campanha próxima das pessoas; o outro adversário é Marcelo Rebelo de Sousa, e Marcelo combato com os meus princípios". Para acusar este de ter "tantos ziguezagues, que se lhe aplica aquela velha piada de 'eu tenho princípios, mas se não gostarem eu arranjo outros'".

Garantindo que vai haver uma segunda volta nestas eleições, Nóvoa insiste que a sua candidatura tem sido muito bem recebida porque "a sua candidatura dá esperança" e "traz outra ideia mobilizadora para Portugal". "O Presidente da República não pode resolver todos os problemas de Portugal mas pode ser um sinal da esperança. Quando as pessoas me falam dos salários e das reformas não é porque acham que vou resolver os problemas todos. Mas é porque sabem que eu vou poder mobilizar o país para resolver esses problemas. E é esse Presidente mobilizador que eu quero ser, se os portugueses confiarem em mim."

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