Renovar edíficios velhos e ajudar a aliviar urgências de Sintra e Almada

Mais eficiência, especialidades, maior poupança e mais resposta aos utentes. São as expectativas para as novas unidades

Lisboa Oriental, Seixal, Évora e Sintra. Porque são essenciais estes quatro novos hospitais? São motivos diferentes que levam o governo a avançar com projetos há muito pensados e que têm sofrido avanços e recuos ao sabor do clima económico. O hospital Lisboa Oriental, tal como o de Évora, pretende substituir edifícios antigos, com maiores gastos de manutenção e sem capacidade para aumentar serviços. Já Sintra e Seixal terão como grande objetivo reduzir as idas às urgências dos hospitais Amadora-Sintra e Garcia de Orta, respetivamente.

"A mais valia que se pretende com Évora é que seja um hospital central, com especialidades suplementares mais diferenciadas, como oncologia, endocrinologia, reumatologia, cardiologia de intervenção, cirurgia vascular, neurocirurgia. São especialidades em que é preciso ter concentração de doentes para serem diferenciadas", explicou ao DN José Robalo, presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo, reconhecendo que o atual hospital "começa a ser apertado para comportar novas especialidades". E será mais atrativo para levar médicos para uma zona do país considerada carenciada. "Queremos dar tratamento igual a toda a região. Queríamos que fosse uma zona de grande diferenciação no Alentejo para a oncologia, mesmo na investigação", frisa o responsável, que gostaria de ter uma ligação mais próxima com a Universidade de Évora, para a investigação.

Também o Lisboa Oriental será de substituição, mas dos seis velhos hospitais que constituem o Centro Hospitalar Lisboa central: S. José, Santa Marta, Capuchos, Curry Cabral, Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa (esta última viveu uma batalha judicial que contrariou a intenção do anterior governo de a fechar). O tribunal determinou a manutenção da maternidade até que o novo hospital fosse construído). Um só edifício, mais moderno, vai permitir poupar 48 milhões de euros por ano - contas do Executivo - gastos na manutenção de espaços que não nasceram para serem hospitais. Espera-se também mais eficiência com a junção de serviços e meios complementares de diagnóstico.

Quanto a Sintra, as dificuldades são reconhecidas. O hospital está subdimensionado para a população que serve e as urgências chegam a ter longas horas de espera quando a afluência é maior. Esse é dos pontos que o presidente da câmara quer resolver. "Queremos uma boa urgência para que os munícipes não tenham de esperar horas e horas. Fecharemos a urgência básica de Mem Martins-Algueirão e passa para o polo hospitalar, que terá também cirurgia de ambulatório, atenuando a pressão sobre o hospital Amadora-Sintra. Do outro lado temos o hospital de Cascais, que terá mais um piso e irá responder à população norte do concelho de Sintra", explica Basílio Horta, acrescentando que o novo polo "pode crescer à medida das necessidades".

Os argumentos são semelhantes aos da Câmara do Seixal que lembra os últimos dados oficiais conhecidos. Estes "apontam para um défice de 1302 camas hospitalares na Península de Setúbal e um défice de 714 médicos nos hospitais da região. "Acresce o facto de o hospital Garcia de Orta, desde que entrou em funcionamento, estar subdimensionado para a população que abrange, de acordo com os números referidos, para além de ser o hospital de referência em muitas especialidades para todo o sul do país", salienta a autarquia, destacando que em "2007 foram encerrados os serviços de atendimento permanente no Seixal e em Corroios e que no caso da Amora o período de funcionamento foi reduzido em 2011".

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