Proprietários e autarquias fazem contas aos prejuízos
A forte ondulação de segunda-feira, que fez o mar galgar obstáculos e invadir zonas urbanas, provocou inúmeros estragos em várias regiões do país. Agora que a agitação marítima acalmou é tempo de fazer as contas aos estragos.
Os restaurantes das praias da Caparica foram dos mais prejudicados pelo mau tempo dos últimos dias, quer devido à água que entrou nos estabelecimentos devido à forte ondulação, quer pela impossibilidade de estarem a funcionar.
"Tive prejuízos provocados pela entrada de água no restaurante, que nos deixou sem energia elétrica, e vou ter ainda mais prejuízos porque estamos impedidos de trabalhar nestes dias", disse à Lusa António Ramos, proprietário do restaurante "Barbas", na Costa da Caparica.
"Estou há 48 anos na Costa da Caparica e nunca vi uma coisa igual. Estive aqui toda a noite e não estou a ver que isto vá para melhor. Não noto melhorias nenhumas no estado do mar, apesar das previsões", disse, ainda sem qualquer estimativa dos prejuízos, mas prevendo que estes sejam "significativos".
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Em Carcavelos, sente-se o mesmo. "Há 30 anos que aqui estou e nunca vi nada assim. O mar já aqui tinha chegado algumas vezes, mas nunca com esta violência", disse à Lusa Paulo do Rosário, proprietário do bar Fizz, um dos que sofreu mais danos devido à força do mar esta madrugada, com a esplanada a ser engolida por ondas violentas.
No extremo oposto da praia de Carcavelos, os estragos são semelhantes. "Tenho tudo destruído, de uma ponta à outra do restaurante. Rebentou portas, portadas, vidros, estragou as arcas frigoríficas, perdi tudo, mas agora é erguer e ir para a frente", disse proprietário do restaurante Estrela do Mar, António Jorge, que, sem seguro, estima ter de gastar "muitos milhares de euros".
Após uma visita à praia de Carcavelos, o comandante da Polícia Marítima de Cascais, Dario Moreira, disse à Lusa que a situação da Costa do Estoril, apesar dos estragos visíveis, não é tão grave como por exemplo a zona sul de Torres Vedras, Mafra ou Sintra.
Basílio Horta, autarca desta vila, prevê que os estragos provocados pelo mau tempo vão custar à câmara "largos milhares de euros". O autarca destacou "prejuízos importantes" em vias de comunicação, "algumas das quais ficaram intransitáveis", prejuízos também em alguns estabelecimentos e "em materiais de apoio às praias".