Professores contratados e desempregados voltam à rua
O movimento de professores contratados e desempregados promove hoje um protesto em Lisboa contra medidas como a revisão curricular ou os mega-agrupamentos, que consideram ameaçar dezenas de milhares de docentes com o desemprego.
Belandina Vaz, professora da organização do "Protesto dos Professores Contratados e Desempregados", constituído o ano passado e divulgado na Internet através do 'Facebook' e outras redes sociais, afirmou à Agência Lusa que se prepara uma "machadada ainda maior" que nos outros anos na escola pública.
Medidas como a revisão curricular, através da qual o Governo pretende poupar "102 milhões de euros" e que consistiu na extinção e fins de desdobramentos de disciplinas nos currículos do ensino básico e secundário, visam "eliminar horários".
Juntamente com os "mega-agrupamentos", referentes às agregações de escolas, é um conjunto de medidas que fazem recear "25 mil professores no desemprego" no próximo ano letivo.
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Belandina Vaz afirmou que os professores estão também contra os contratos a termo certo mensais, que significam que os professores são postos no desemprego logo a seguir a acabarem as reuniões de fim de ano letivo.
Por estas razões, esperam que hoje se desloquem até ao Largo Camões, pelas 18:00, todos os que queiram "resistir ao ataque da 'troika' e do corte orçamental".
Além de um microfone aberto para quem queira expor os seus argumentos, o protesto contará com algumas iniciativas de animação de rua, destacou Belandina Vaz.
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego em maio subiu 20,8 por cento face ao mesmo mês do ano passado, mas diminuiu 2,2% em relação a abril deste ano, segundo os dados do IEFP.
De acordo com a Informação Mensal do Mercado de Emprego, disponibilizada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), no final do mês passado encontravam-se inscritos 641.222 desempregados, representando 81,7 por cento de um total de 785.260 pedidos de emprego.
Segundo os dados do IEFP, "em relação ao mês anterior, é de salientar o aumento percentual do desemprego no grupo profissional correspondente aos docentes do ensino secundário, superior e profissões similares, com +130,9 por cento", sendo que apenas os 'quadros superiores da administração pública', um grupo pouco expressivo no total do desemprego, sofreram um decréscimo anual do número de desempregados (-42,1%).