Portugal tem meios financeiros e militares para apoiar França
Ministro da Defesa admite reforço das missões em África com avião de transporte tático para apoiar França na luta antiterrorista
José Pedro Aguiar-Branco disse esta quarta-feira que "há condições" para Portugal prestar "auxílio e assistência a França em termos operacionais e financeiros", no âmbito da cláusula de defesa mútua europeia invocada por Paris após os ataques de 13 de novembro.
Aguiar-Branco, que intervinha na comissão parlamentar de Defesa pela última vez na qualidade de ministro da pasta, admitiu que esse apoio "pode passar" pelo reforço da presença militar nas missões da UE em África (Mali, República Centro-Africana) com uma aeronave de transporte tático - "este até pode ser apropriado", disse - ou com mais efetivos colocados nos quartéis-generais dessas operações.
Isso permitirá que a França retire meios militares e soldados nessas missões da UE para os empenhar no combate aos terroristas na Síria e Iraque ou no próprio território francês, onde as Forças Armadas estão a apoiar as forças de segurança.
Numa audição em que a designação Estado Islâmico usada em ocasiões anteriores foi substituída por Daesh, para identificar o grupo terrorista que atacou a França, o ministro da Defesa frisou que Paris tem estado a fazer contactos bilaterais para obter apoios "em duas vertentes": na Síria ou nos teatros de operações da UE em África.
Importante é "considerar que o ataque à França é um ataque à UE", enfatizou Aguiar-Branco, adiantando que o abate de um caça russo pela Turquia é uma questão a ser tratada no seio da NATO.