Portugal "colapsava" sem ajuda exterior

Sem a ajuda europeia "importante", em termos de acesso ao financiamento externo, Portugal teria "colapsado". As palavras são de Pedro Passos Coelho, presidente do PSD, que insiste na reforma urgente do sector empresarial do Estado como resposta estrutural de combate à crise.

Na sessão de encerramento das jornadas parlamentares do PSD, ontem em Braga, Pedro Passos Coelho lembrou que, em Portugal, "existem hoje mais participações do Estado em empresas do que há 17 anos", quando começaram as privatizações. Os responsáveis desta situação, segundo o líder social-democrata, têm rosto e nome. "São os socialistas", porque continuam com "a ilusão de que a melhor resposta" para sair crise "é pôr o Estado a gastar mais".

No final da sessão, os jornalistas questionaram: a reforma no sector empresarial do Estado vai levar a despedimentos na função pública? Em primeiro lugar, disse Pedro Passos Coelho, é preciso "definir exactamente o que é que deve ficar no Estado". Feita essa separação das águas, saber-se-á se existe "pessoal a mais" ou "pessoal a menos" na função pública.

Na segunda-feira à noite, o jornalista José Manuel Fernandes (ver caixa), um dos convidados que intervieram nas jornadas parlamentares dos sociais-democratas, referiu que em Portugal, "mais cedo ou mais tarde", surgirá "o problema dos despedimentos na função pública".

A extinção de serviços do Estado - como o PSD defende sempre que haja alternativa viável no privado -, segundo Pedro Passos Coelho, não levará "necessariamente a despedimentos, embora admita que "redimensionar o Estado pode exigir também não ter o mesmo número de efectivos".

Durante a intervenção, líder social-democrata insistiu na necessidade de uma "reforma de fundo, de um olhar estruturante para a sociedade portuguesa". Tal visão, sublinhou, não será possível com o Governo de José Sócrates, que permanece a "gerir a conjuntura e a pensar em eleições". No fundo, "estamos a perder uma grande oportunidade de ir à raiz dos problemas".

O Executivo socialista, acusou ainda Passos Coelho, "anda pelo mundo inteiro de mão estendida a ver se nos compram a única coisa que sabe exportar, que é dívida". A nível interno, o Governo "anda preocupado em mostrar que está a fazer tudo que pode para evitar coisas piores". Mas "era bom se se lembrasse que não precisava disso se não tivesse trazido o País para a situação de endividamento em que ele hoje se encontra".

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG