Portugal cai seis lugares no desenvolvimento

Portugal caiu seis lugares no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas. Encontra-se actualmente na 40.ª posição, 20 lugares abaixo da vizinha Espanha. A Noruega mantém-se na liderança. Apesar da queda, Portugal continua a pertencer ao grupo de países com desenvolvimento humano muito elevado, ainda que atrás de si só tenha a Polónia e a ilha de Barbados.

Entre os países da União Europeia, Portugal só tem atrás de si a Polónia (41º lugar), a Letónia (48.º), a Roménia (50.º) e a Bulgária (58.º). Destaque ainda para a queda de cinco lugares da Espanha (20.º) e da subida de 12 "degraus" da Alemanha (10.º).

O relatório do Índice de Desenvolvimento Humano da ONU tenta demonstrar como está o bem- -estar das populações de 169 países, analisando três factores: a esperança de vida, a riqueza e a educação.

Quanto à longevidade dos portugueses, a esperança de vida à nascença é de 79,1 anos, enquanto o Japão lidera a "tabela" com 83,2 anos. Na educação, a média de anos de escolaridade no País é de oito anos, longe dos 12,6 anos da Noruega. Comparado com os 27 da União da Europeia, Portugal é mesmo o pior, pois a Bulgária tem uma média de 9,9 anos.

As diferenças para a Noruega são também grandes noutros aspectos. O rendimento nacional bruto per capita português é de 22 105 dólares (cerca de 15 540 euros), enquanto o norueguês é de 37 077 (cerca de 26 mil euros).

Porém, Helen Clark, administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, salientou na nota introdutória do relatório que "é agora quase universalmente aceite que o sucesso de um país ou o bem-estar de um indivíduo não podem ser avaliados somente pelo dinheiro. O rendimento é, obviamente, crucial: sem recursos, qualquer progresso é difícil". Helen Clark realça ainda que para alcançar o desenvolvimento humano "não há um modelo único ou uma receita uniforme para o êxito".

Na saúde, Portugal (cerca de 1600 euros per capita) investe metade do que a Noruega (cerca de 3340), ainda que se aproxime dos números relativamente à quantidade de médicos e de camas por cada cem mil habitantes. De realçar ainda que 64% dos portugueses referiram estar satisfeitos com a qualidade dos serviços de saúde.

Já com o padrão de vida, os portugueses não estão muito satisfeitos, pois 53% confirmaram esse ponto, ainda que nove em cada dez até admitam estar satisfeitos com o emprego que têm.

Bem negativo é que Portugal entre no relatório no ponto do trabalho infantil, pois só o País e o Bahrein tiveram casos entre o grupo de países que estão com o desenvolvimento muito elevado: 3% das crianças portuguesas entre os cinco e os 14 anos têm algum tipo de trabalho.

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