Portas oferece o seu lugar no Governo a António Costa
O presidente do CDS voltou a frisar que a única solução para a estabilidade é um acordo a três: PS/PSD/CDS
Na entrevista esta noite na TVI, Paulo Portas, deixou claro até que ponto estava disposto a ceder, para que houvesse um entendimento com o PS. "Numa coligação a três, deixaria de ser o número dois do Governo", avançou. "Não é uma questão de lugares", afirmou, parafraseando a expressão que hoje António Costa tinha utilizado na resposta a Pedro Passos Coelho, "mas de governabilidade do país". Costa tinha afirmado que o entendimento com a coligação não era "uma questão de lugares, mas de reorientação política".
O líder centrista não hesitou em manifestar a sua disponibidade para deixar para Costa o seu lugar de vice-primeiro-ministro. "Concerteza que estaria disponível para deixar esse lugar", assinalou.
As suas declarações, na véspera do encontro de António Costa com o Presidente da República, serviram também para voltar a apelar ao PS que se una à coligação e deixe de lado PCP e BE. "Ainda tenho uma reserva de esperança o PS caia em si", asseverou. "Há 41 anos que os partidos que garantiram o progresso do país, a salvação do país em casos de intervenções externas, foram o PSD, o PS e o CDS. É neste perímetro que se tem de encontrar uma solução", lembrou.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
Questionado sobre a "ausência" de informações económico-financeiras, que tem sido alegada pelo PS, Portas disse não acreditar que "haja alguma surpresa financeira". Criticou também as "insinuições" do PS em relação às contas públicas - "são todas auditadas por entidades independentes ao Governo" - e aproveitou para o contra-ataque: "O PS é que sabe alguma coisa do que é esconder contas públicas. E os portugueses também".
Para o presidente do CDS-PP estas "insinuações" foram "o momento em que António Costa teve menos sentido de Estado".