"Por tudo, obrigada Expo 98"

Sofia Canário, 34 anos, gestora de informação, Lisboa

Os vulcões ainda hoje entram em erupção no actual Parque das Nações. Mas recordo-me perfeitamente do espanto que foi vê-los pela primeira vez. Ficávamos parados, à espera que entrasse em erupção, vezes sem conta...

Naquele dia, estava um calor incrível e o meu irmão, com 7 anos, não perdeu tempo. Tirou a t-shirt e foi para baixo da cascata de água. Com ele mais crianças, lhe seguiram os passos. Eu, nos meus 14 anos, morri de inveja, mas mantive a pose. Hoje lê-se "não tomar banho" mas naquele dia, tudo era permitido.

Com uma máquina analógica tentávamos capturar o momento chave da erupção, mas sem a facilidade de apagar e voltar a tentar ou de simplesmente filmar com o telemóvel. Tivemos que esperar pela revelação para ver se a nossa tentativa tinha alcançado o sucesso. Não tivemos muita sorte.

Para além dos vulcões, recordo-me de ter percorrido todos os pavilhões com uma amiga. Recordo-me do Pavilhão do Futuro, onde havia um simulador, e o Pavilhão da Suécia onde podíamos experimentar as 4 estações do ano. Maravilhei-me com a obra de Álvaro Siza e ainda hoje me impressiona. A Expo foi uma verdadeira oportunidade de viver obras de arquitetos de referência, tudo num pequeno espaço.

Hoje trabalho no Parque das Nações num dos muitos escritórios, e beneficio daquela que foi uma das maiores intervenções urbanísticas de Lisboa. Hoje, vivo a arquitectura do local, os jardins e acima de tudo a proximidade ao rio. Por tudo, obrigada Expo 98.

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