Plano de dois anos para combate à dengue
A Câmara do Funchal apresentou hoje o plano municipal de combate à dengue para os próximos dois anos, que prevê a existência de cinco equipas de sensibilização, duas de monitorização e investigação, 14 brigadas de combate bem como uma equipa de tratamento e análise de dados de diferentes departamentos do município.
O projeto envolve juntas, hoteleiros, comerciantes, condomínios, escolas, entre outras entidades, na promoção de medidas de prevenção e bons hábitos para "debelar a propagação do mosquito".
Em conferência de imprensa, o presidente da Câmara, Miguel Albuquerque, explicou que o dispositivo de prevenção do mosquito 'Aedes aegypti' vai arrancar sábado e deverá estar em vigor durante dois anos, apostando em "ações efetivas, medidas realistas que resultaram noutras cidades e regiões".
O autarca minimizou o impacto da doença no turismo, considerando que "é preciso não dramatizar esta questão", até porque a dengue existe em cidades como o Rio de Janeiro (Brasil) e Cidade da Praia (Cabo Verde) "e as pessoas não deixam de ir lá passar férias".
A dengue na Madeira "é uma questão nova que tem de ser enfrentada, e adotando um conjunto de procedimentos", explicou, acrescentando: "Não podemos é dizer que não existe. Temos de combatê-lo sem dramas".
A estratégia passa pela inventariação dos focos do mosquito, monitorização, o seu combate nas áreas públicas, ações de sensibilização junto da população e de informação no setor público.
Para inventariar os focos, estão previstas visitas domiciliárias que permitirão também recolher larvas no interior das habitações, áreas comuns e circundantes, pelo que a câmara apela aos proprietários de edifícios abandonados que "facilitem a entrada dos técnicos" para as ações de desinfestação.
Estas visitas serão mensais nos conjuntos habitacionais camarários e trimestrais nas restantes áreas urbanas.
O plano inclui também, entre outros aspetos, a lavagem semanal de sarjetas e lagoas, a inspeção de córregos e ribeiros e eventual aplicação de agentes de controlo vetorial, biológico e químicos, a criação de um certificado de boa conduta.
O mosquito vetor de transmissão da dengue foi detetado na Madeira em 2005, tendo sido desenvolvidas várias iniciativas de combate à sua propagação e prevenção.
Os primeiros casos da doença surgiram em outubro deste ano e, de acordo com os últimos dados da direção-geral de Saúde, na passada semana, "foram notificados 1.891 casos de febre de dengue" na região, "dos quais 966 com confirmação laboratorial", embora se registe agora uma "desaceleração" do surto.