"Não há razões para Cavaco exigir clarificações"

PCP responsabiliza Cavaco por eventual "afrontamento entre órgãos de soberania"

Jerónimo de Sousa afirmou esta segunda-feira que o Presidente da República "assume toda a responsabilidade e todas as consequências" por uma "decisão que contribua para a degradação" da vida política e para "o afrontamento entre órgãos de soberania".

O secretário-geral do PCP reagia, numa conferência de imprensa sem direito a perguntas, ao pedido escrito de esclarecimentos entregue por Cavaco Silva ao líder do PS, António Costa, sobre os acordos políticos que assinou com os responsáveis do BE, PCP e "Os Verdes".

"O PCP reafirma que esta nova tentativa de Cavaco Silva para procurar subverter a Constituição da República terá, da parte dos trabalhadores e do povo, a resposta democrática que lhe corresponda", afirmou o líder comunista, sublinhando que o Chefe de Estado "assume assim todas as responsabilidades e consequências políticas e institucionais por decisões que contribuam para degradar a situação nacional e promover o afrontamento entre órgãos de soberania".

Jerónimo de Sousa referiu tratar-se de "uma nova e derradeira tentativa de Cavaco Silva para salvar a maioria PSD/CDS e criar um novo pretexto na linha da obstaculização institucional da solução governativa existente".

"Não há nenhuma razão para que o Presidente, perante a inequívoca e pública afirmação de quatro partidos que dispõem da maioria dos deputados na Assembleia, venha exigir condições e garantias que, manifestamente, não só não exigiu como sabia não existirem para impor a indigitação de Passos Coelho e a formação de um Governo PSD-CDS, cuja garantia de durabilidade ficou à vista com a sua previsível rejeição pela Assembleia, que se concretizou 11 dias após a sua nomeação", defendeu.

Num texto publicado no site da Presidência na internet, após ter recebido o secretário-geral socialista, Cavaco Silva fez saber que as "posições conjuntas sobre situação política" assinadas pelo PS com os outros partidos parlamentares de esquerda "suscitam dúvidas quanto à estabilidade e à durabilidade de um governo minoritário do PS, no horizonte temporal da legislatura".

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