Habemus acordo: PCP anuncia "posição conjunta" com PS
Gabinete de imprensa afirma que "estão reunidas as condições para pôr fim ao Governo PSD/CDS-PP"
É um ponto final na especulação dos últimos dias, com fumo branco anunciado esta sexta-feira de entendimento entre o PCP e o PS.
De acordo com uma nota do gabinete de imprensa comunista, publicada no site oficial do partido, "o PCP enviou ao PS esta tarde [sexta-feira] o texto de 'Posição conjunta do PS e do PCP sobre solução política', no seguimento da reunião realizada na última quarta-feira, que permite afirmar que estão reunidas as condições para pôr fim ao Governo PSD/CDS-PP, assegurar um governo da iniciativa do PS, num quadro em que está garantida uma composição da Assembleia da República para a formação de um governo do PS, a apresentação do programa, a sua entrada em funções e para a adoção de uma política que assegure uma solução duradoura".
O PCP sublinha a importância de não permitir a continuação em funções do Governo PSD/CDS.
O comunicado avança que "o PCP propôs ao PS uma data para a sua divulgação pública", mas não diz que data é essa. O texto começa por sublinhar que os comunistas vão fazer cair o atual Governo de Passos Coelho, empossado há uma semana.
Mais: "O PCP sublinha a importância de não permitir a continuação em funções do Governo PSD/CDS e reafirma o seu propósito de apresentação de uma moção de rejeição do Programa do Governo que será votada na próxima terça-feira na Assembleia da República."
O texto do Gabinete de Imprensa do PCP termina com a informação, que já era conhecida, de que no domingo, 8 de novembro, o Comité Central do PCP vai reunir-se.
João Oliveira, líder parlamentar dos comunistas, recusou fazer qualquer comentário sobre o acordo, afirmando apenas, na Assembleia da República, que "o que está dito no comunicado é o que o PCP quer dizer". E que a nota "responsabiliza" o partido. Mas lá confessou que "estamos finalmente em condições de enfrentar um futuro diferente".
Sobre a rejeição ao governo PSD-CDS, o presidente da bancada do PCP também não abriu o jogo. Limitou-se a reafirmar "a disponibilidade do partido para apresentar uma moção". Sem mais, isto é, não adiantou se haverá documento conjunto com PS e Bloco de Esquerda (BE).
Ontem à noite a direção do BE anunciou que tinha aprovado o acordo com o PS tendo em vista a viabilização de um eventual governo de esquerda.
[Notícia atualizada com as declarações de João Oliveira]
