Passos social-democrata volta a ser candidato a líder e promete redefinir o partido

Ex-primeiro-ministro diz que esta é a "oportunidade" de o PSD mostrar que "continua a ser um partido social-democrata"

Passos Coelho admitiu ontem que vai voltar a puxar o partido para a social-democracia. Num pequeno vídeo publicado nas redes sociais, o líder do partido admitiu que vai lançar - tal como o DN adiantou no sábado - a sua candidatura à liderança no dia 4, quinta-feira, em Lisboa, e diz que esta é "uma oportunidade para mostrar que o PSD continua a ser um partido social--democrata".

O líder quer provar que o partido tem "a capacidade de fazer, transformar o país, mobilizar os portugueses e oferecer do país uma visão ambiciosa que todos precisamos de concretizar".

O líder do PSD-Madeira admitiu ontem que já subscreveu a candidatura de Passos Coelho à liderança: "Da Madeira fui o primeiro subscritor da candidatura." Miguel Albuquerque considerou ainda que Passos Coelho "faz bem" em recandidatar-se.

A campanha de Passos vai então começar na quinta-feira em Lisboa e terá como lema "Social-semocracia, sempre". Esta ação, como avançou o DN, marca o início da campanha de Passos Coelho, que concorre nas diretas do partido a 5 de março e não deve ter nenhum opositor de relevo.

O líder do PSD vai fazer um road show passando em todos os distritos em sessões de esclarecimento com dirigentes e militantes de base das estruturas do PSD.

Nesta campanha para a presidência da comissão política nacional do PSD (que durará um mês), o DN apurou que, além das ações internas, Passos Coelho vai também fazer visitas na sociedade civil, nomeadamente empresas, IPSS e movimentos associativos. Ou seja: ações típicas de período eleitoral.

A chave da campanha é o regresso à social-democracia, embora Passos não reconheça que se tenha afastado daquela que é a linha e a matriz do partido. Ex-líderes do partido como Manuela Ferreira Leite e o agora Presidente da República eleito, Marcelo Rebelo de Sousa, foram críticos várias vezes da deriva liberal da liderança de Passos.

Nesta recandidatura, Passos aposta em destacar a ideia de que a austeridade não foi um escolha, mas uma necessidade e que o partido quer voltar - agora que pode - à social-democracia, com preocupações e sensibilidade social. Esta é uma forma de adequar o PSD ao seu eleitorado, mas também de condicionar alguns críticos preanunciados do congresso, como o ex-vice-presidente da bancada José Eduardo Martins. O congresso realiza-se a 1,2 e 3 de abril, em Espinho.

Passos Coelho, como o DN adiantou, também já escolheu os seus homens de confiança nesta corrida tranquila à liderança. Como mandatário nacional da sua candidatura, voltou a optar pelo eurodeputado Fernando Ruas. Já em 2008, quando concorreu pela primeira vez à liderança do partido, o mandatário foi antigo presidente da Câmara Municipal de Viseu.

Para diretor de campanha, o líder do PSD escolheu um dos homens que mais bem dominam o aparelho laranja: o ex-secretário de Estado das Comunidades José Cesário.

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