O 'serviço de urgência' dos órgãos
Pelo silêncio que impera no Centro de Histocompatibilidade do Sul, não se adivinha que ali habita um minisserviço de urgência ligado ao transplante de órgãos. Quando surge um rim de dador cadáver, mesmo a horas "menos próprias", dois técnicos de prevenção identificam o premiado da lista de espera renal.
É que em 2007 havia doentes que esperavam 51 meses em média. No centro, estão guardados os soros de todos os que precisam de um rim e ali se determinam prioridades. Teresa Ramos e Hélder Trindade, o director do CHS, esboçam um sorriso quando recordam o apoio da GNR, que não raras vezes acompanhou o transporte de órgãos em vias caóticas como a Segunda Circular.
Os testes e as colheitas de medula (que foram cerca de 50 em 2008) também são da competência do CHS. Num quadro, vêem-se os contemplados e origens das colheitas, que um dia podem ser do Porto e noutro da Venezuela. Hélder Trindade está orgulhoso dos actuais recursos: "Temos 140 mil dadores de medula inscritos na nossa base e 1200 dadores que já fizeram exames e colheitas", avança.
Em apenas três anos, o Centro de Histocompatibilidade do Sul preparou 365 tecidos: válvulas pulmonares, cardíacas, osso, pele, vasos e membranas. Muitos são preparados e criopreservados com azoto líquido, que vai sendo injectado gradualmente nos contentores, para que os tecidos arrefeçam lentamente. "Temos capacidades para 3000 litros, ou seja, para responder à preservação dos tecidos necessários ao País", frisa. |