Morto por estacionar numa rampa de acesso a garagem

Tribunal de S. João Novo, no Porto, adiou hoje a leitura do acórdão do processo em que o arguido, de 69 anos, está acusado de, em julho do ano passado, ter esfaqueou mortalmente um homem que estacionou o carro na rampa de acesso à garagem de sua casa.

A decisão da juíza deveu-se à alteração não substancial dos factos ocorridos na tarde do dia 5 de julho de 2013, quando o arguido, Álvaro Luiz Veiga, regressava a casa com a mãe, de 95 anos, e encontrou o carro da vítima enfrente à rampa de acesso à garangem, na Avenida dos Combatentes, no Porto.

Levou a mãe a uma casa de chá e regressou ao local, tendo esvaziado três dos pneus da viatura da vítima. Entrou em casa onde esteve entre 10 a 15 minutos e voltou a sair para tomar café.

Entre os factos juntos aos autos ficou mencionado que "o estacionamento abusivo é constante e banal naquela avenida e a polícia não age atempadamente" para combater o problema. Quando chamado o reboque, na maior parte das vezes, já o infrator seguiu viagem.

Na altura em que Álvaro saiu do café "estava nervoso", como afirmou em tribunal um amigo que o encontrou no caminho de regresso a casa. E ainda mais ficou fora de si quando vê que a viatura que lhe bloqueou o acesso à garagem já lá não se encontrava.

Viu o Renault Mégane na bomba de abastecimento de combustíveis na mesma avenida onde a vítima, Alberto Correia Vieira, de 57 anos, enchia os pneus. "É o senhor que estacionou o carro na minha rampa de garagem, seu filho da puta!", questionou o arguido.

Alberto nem teve tempo de responder e foi de seguida agredido com um soco. Caiu e após se levantar agrediu Álvaro também com um soco. Ambos acabaram por se envolver em agressões e foi o funcionário da bomba de gasolina quem os separou.

O arguido, já de pé, retirou da bolsa que transportava a tiracolo uma navalha. O funcionário aconselhou Alberto a acompanha-lo até à loja da bomba para dali chamar a polícia. Alberto não se intimidou com a navalha e pegou na mangueira de ar e desferiu um golpe sobre Álvaro, com a parte metálica, atingindo-o no braço.

Álvaro avançou e desferiu um golpe no peito de Alberto que caiu, batendo com a cabeça num dos pneus. Antes de abandonar o local, Álvaro ainda pontapeou a vítima no peito e na cabeça. Alberto acabou por morrer.

A próxima sessão do julgamento está marcada para dia 27, altura em que a defesa fará a apreciação da alteração feita aos autos e possivelmente ouvidas testemunhas.

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