Nem a emoção de casar é maior que a de marchar
Após dois anos consecutivos a arrecadar o primeiro lugar nas Marchas Populares de Lisboa, é com o peito cheio de orgulho e confiança que a Marcha do Alto do Pina encara a 81.ª edição das Festas de Lisboa.
Os anos 2011 e 2012 ficarão marcados na memória dos 50 marchantes pela conquista do primeiro lugar, depois de tantos anos em lugares minoritários. Sob a liderança do coreógrafo Carlos Mendonça, este grupo ensaiou, diariamente, na Escola Secundária Artística António Arroio, para "serem perfeitos, sempre", disse Vítor Ferreira, o coordenador da marcha.
Afirmam não ter nenhuma fórmula de sucesso, apenas "muito amor à marcha, rigor e dedicação" e, este ano, com o tema "Chegada dos Portugueses à China" - uma homenagem à nação e às cores da bandeira portuguesa, verde e vermelho - desejam conquistar os votos do júri e consagrarem-se novamente vitoriosos. "Seria muito importante para nós, seria a confirmação da qualidade do nosso trabalho", explicou o coordenador da marcha.
Vítor Ferreira já soma 16 anos de experiência como marchante "sempre pelo Alto do Pina, o meu bairro do coração" e a culpada por este "grande amor" é a sua mulher, Carla Ferreira, que desde os 13 anos participa nas Festas de Lisboa.
Tudo começou com um namorico de miúdos. "Nós começámos a namorar, já ela marchava há dois anos. A Carla começou a pedir-me para vir ver e experimentar... Tantas vezes pediu, que decidi entrar e nunca mais parei", recorda.
Ao longo dos anos de namoro, a emoção e alegria em participar nas festividades lisboetas cresceu tanto que, no dia 12 de junho de 2004, o casal decidiu "dar o nó" e ser um dos 16 casais a casar pela iniciativa Noivos de Santo António. Um momento que recordam com especial carinho e só lamentam não terem desfilado na Avenida da Liberdade como marchantes. "É uma experiência diferente. Os noivos "abrem" as marchas, mas não há explicação para a emoção que se sente quando se desfila pelo nosso bairro do coração", remata o bairrista.