"Negociatas mal explicadas" nas contrapartidas
General afirma que a modernização militar deve dissociar-se desses projectos
Os novos armamentos e equipamentos para as Forças Armadas são uma "necessidade nacional", que "não podem estar sujeitos a negociatas de contrapartidas mal explicadas e que afectam a credibilidade nacional", afirmou o general Espírito Santo.
O ex-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e agora director da Revista Militar intervinha num seminário sobre a NATO e o seu novo conceito estratégico - a aprovar na Cimeira de Lisboa, no próximo mês de Novembro - que se realizou, sexta- -feira, no Instituto de Defesa Nacional, em parceria com o Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI).
Assinalando o contributo que a presença das Forças Armadas no exterior têm dado para "o prestígio" de Portugal e para a melhoria das suas capacidades militares, o general Espírito Santo advogou a sua continuação. "Mas para isso algumas mudanças são necessárias", referiu, nomeadamente nas relações civis-militares, que estão a entrar na sua "terceira fase".
"Algo terá de ser melhorado para o prestígio da instituição militar e sua maior ligação à Nação (...). Alguma inovação tem de ser encontrada" para se obterem "os recursos humanos necessários ao funcionamento e operacionalidade das Forças Armadas", sublinhou o general Espírito Santo, acrescentando: "Temos de encontrar forma de dispor atempadamente de capacidades militares que vamos perdendo por falta de regeneração de armamentos e equipamentos, que são necessidade nacional e por isso não podem estar sujeitos a negociatas de contrapartidas mal explicadas e que afectam a credibilidade nacional."