Meta de chumbos no 12.º 'difícil' mas 'possível'
Representantes de professores e das direcções escolares sublinharam ontem o elevado grau de exigência das metas do Ministério da Educação para o ensino - onde se inclui a redução da taxa de retenção no secundário de 18,7% para 12% até 2015. E avisaram que terão de ser criadas condições para atingir esses objectivos através da melhoria das condições de aprendizagem nas escolas e não através de uma redução do grau de exigência.
Em declarações à agência Lusa, João Dias da Silva, da Federação Nacional de Educação (FNE), considerou "muito difícil" o objectivo que contempla ainda 10% de retenção no 3.º ciclo (contra os actuais 13,8 ), 5% no 2.º ciclo (hoje, 7,5 %) e 2% no 1.º ciclo (face aos actuais 3,4 %).
"É um objectivo muito difícil, significa que se torna necessário garantir no orçamento da Educação que haja recursos humanos e materiais que vão apoiar estas medidas de promoção de sucesso", disse Dias da Silva.
"Não será fácil, mas ninguém está a dizer que não é possível. Isto não pode é contribuir para menos exigência sobre os alunos. Não queremos resultados a qualquer preço e temos de nos preocupar com saltos qualitativos nas aprendizagens", afirmou também à Lusa o novo presidente do Conselho das Escolas, Manuel Esperança.
O director da Escola Secundária José Gomes Ferreira, de Lisboa, defendeu ainda o envolvimento dos encarregados de Educação no desafio: "Não podemos deixar esse trabalho só para as escolas. É necessário um grande empenho também das famílias, sobretudo ao nível do acompanhamento dos alunos."
Já Adalmiro Botelho da Fonseca, da Associação Nacional de Directores Escolares (Andaep), considerou as metas "exequíveis", mas defendeu a necessidade de "mudanças". Sobretudo nos programas do ensino básico que, defendeu, devem "ser simplificados" e na formação contínua de professores, para a qual diz não existir uma política "há anos".