Mercado do Bolhão recebe 945 mil euros

A Câmara do Porto destina ao Mercado do Bolhão 945 mil euros do seu orçamento para 2013, apesar de ter assegurado que a requalificação de 20 milhões de euros não avançaria sem comparticipação substancial de fundos comunitários.

O valor está inscrito no anexo VIII da proposta de orçamento para 2013 da autarquia portuense.

O documento vai ser votado na reunião camarária de terça-feira e está identificado como "Investimento a realizar pela empresa municipal de Gestão de Obras Públicas (GOP)".

Do total de 945 mil euros, 210 mil euros destinam-se ao "Mercado do Bolhão (projeto)".

A verba maior, de 735 mil euros, diz respeito à "Intervenção no Mercado do Bolhão".

Nos instrumentos de gestão previsional da empresa, apenas se refere que no departamento dos espaços públicos "assume especial relevância o Mercado do Bolhão".

O documento acrescenta que os projetos de especialidades estão "em fase de elaboração".

A Direção Regional de Cultura do Norte (DRC-N) tem reunido com a Câmara do Porto para avaliar a possibilidade de rever o projeto do Mercado do Bolhão para o adequar à capacidade financeira do município.

A 20 de novembro, o vereador da CDU na Câmara do Porto revelou que a DRC-N considera que uma revisão do projeto "apenas permitirá poupar 1,5 milhões de euros" na requalificação.

A informação foi adiantada à Lusa no fim da reunião com a DRC-N, responsável pelo projeto, o vereador do Urbanismo, Gonçalo Gonçalves, e a oposição camarária, realizada para reavaliar o projeto de modo a torná-lo compatível com o orçamento municipal.

"Entre o parque de estacionamento e a cobertura, a poupança podia atingir 1,5 milhões de euros, o que é pouco face aos ganhos que as duas componentes representam. A questão central é o financiamento [da obra]", disse à Lusa Pedro Carvalho.

O encontro não ficou concluído, prevendo-se que continuasse depois de serem entregues ao PS e à CDU "alguns dados de caráter orçamental, nomeadamente valores da obra e das suas várias componentes", adiantou o vereador socialista Manuel Correia Fernandes, autor da proposta de revisão do projeto para reduzir os seus custos.

Em julho, o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, disponibilizou-se para avaliar junto da DRC-N a sugestão do PS para rever o projeto do Mercado, adequando-o à capacidade financeira do município.

A DRC-N admitiu analisar, mas preveniu que retirar ao projeto alguns elementos para o tornar mais barato pode "hipotecar irreversivelmente" a sua transformação "num mercado do século XXI ou adiar a sua morte".

No fim de 2011, Rui Rio avisou que a obra de 20 milhões de euros só avançaria com uma "comparticipação substancial do QREN, na ordem dos 80 ou 90%".

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