Portas: Oposição do CDS na Madeira "não fere" coligação
O líder do CDS-PP afirmou hoje que o trabalho do partido na Madeira, onde é oposição, "não fere" o acordo da coligação governamental, entre centristas e sociais-democratas, porque este não contempla obrigações sobre as regiões autónomas.
"O acordo entre o CDS e o PSD excluiu expressamente a política na Madeira e a política nos Açores. O que eu digo sobre as regiões autónomas é o que me compete dizer como presidente do CDS que, aqui na Madeira, é oposição e tem razão, e não fere nenhum acordo nacional pela simples razão que o acordo nacional não tem obrigações nem sobre a Madeira nem sobre os Açores", disse Paulo Portas.
No encerramento das Jornadas Parlamentares do CDS-PP, que se realizaram no Funchal, Paulo Portas referiu saber "perfeitamente que houve progressos e benfeitorias nesta região e que, no quadro da Constituição, as regiões têm uma forma de governo autónoma e própria", acrescentando: "Não peço licença a ninguém para dizer o que penso".
E sobre o que pensa, Paulo Portas repetiu o que já tinha dito na campanha para as eleições legislativas nacionais ou no 37.º aniversário do partido, cuja comemoração decorreu na capital madeirense.
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"Vim aqui à Madeira dizer que a governação socialista na República levou a um endividamento para lá do aceitável, a governação regional aqui na Madeira levou o endividamento regional a um ponto para lá do aceitável", insistiu o dirigente, reconhecendo ter sido "atacado por dizer esta verdade simples".
Paulo Portas adiantou que "Portugal, por causa do seu endividamento, teve de pedir ajuda externa e a governação aqui na Madeira, por causa do seu endividamento, teve de pedir assistência financeira à República".
Para o presidente do partido, a actualidade exige mudanças: "Acabou o tempo de governar a gastar o dinheiro que não temos, porque isso levou o país e a República a pedir dinheiro emprestado para sobreviver".
"Tem de começar o tempo em que é preciso saber governar a poupar e não saber governar a gastar o dinheiro que não existe", acrescentou, frisando que "uma política que se limite a endividar, endividar e endividar, até pode dar votos, mas não dá saúde nem ao país nem a qualquer das suas regiões".
Segundo o líder centrista, "nem Portugal enquanto país, nem a Madeira enquanto região autónoma, têm outra hipótese para ultrapassarem com dignidade as dificuldades que neste momento têm se não poupar e saber fazer uma gestão criteriosa quer da despesa quer da dívida".
Manifestando todo o apoio do partido ao cabeça de lista centrista, José Manuel Rodrigues, às eleições legislativas regionais da Madeira de 09 de Outubro, Paulo Portas referiu-se ainda à oposição socialista na região: "Qualquer português só pode ficar pasmado quando ouve as críticas do Partido Socialista à dívida da Madeira sem uma única menção à dívida pública igual a 100 por cento do Produto Interno Bruto que os socialistas deixaram ao nível do país".