É tentar "enganar o povo" dizer que isto "é um regabofe"
O presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim, criticou hoje quem difunde a ideia de que a região está "à balda" e que "é uma coisa diferente dentro do Estado português ou da Europa".
"Há aqui uma coisa que eu chamo de desonesto, é tentar estar a enganar o povo dizendo que aqui na Madeira isto é um regabofe e vive-se sem controlo seja do que for", afirmou Jardim.
O chefe do executivo madeirense discursava na cerimónia de inauguração de uma estrada na freguesia de Gaula, concelho de Santa Cruz, um investimento de cerca de um milhão de euros, ocasião em que aproveitou para lembrar às dezenas de pessoas presentes que a aplicação deste dinheiro é fiscalizado.
"O Governo [regional] não anda aqui a fazer o que lhe dá na real gana, o Governo é fiscalizado, a Madeira, tal como qualquer parte do país, tem os tribunais que o resto do país tem, que velam pelo cumprimento da Lei", declarou, exemplificando com o controlo do Tribunal de Contas.
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Alberto João Jardim insistiu: "Estamos num Estado em que ninguém faz o que lhe dá na cabeça, as pessoas são controladas".
"Depois há o controlo político, da Assembleia, há o controlo político dos eleitores, quando decidem quem querem pôr neste lugar ou naquele lugar", continuou o presidente do Governo Regional.
Jardim acrescentou que há, ainda, "os tribunais que verificam se as eleições são sérias ou não são sérias".
"Somos, graças a Deus, um território onde funciona um Estado de direito, onde os tribunais funcionam, onde há uma democracia", disse Alberto João Jardim.
Para o presidente do governo regional, "uma política que é feita de enganar as pessoas não merece também por parte das pessoas o mínimo de consideração", acrescentou.
O secretário-geral do PS, António José Seguro, exigiu na sexta-feira ao Governo que esclareça antes das eleições na Madeira quais as obrigações que decorrerão para a região do pedido de assistência financeira, classificando o actual poder madeirense como "uma vergonha".
"Exigimos ao Governo que nos diga, antes das eleições, as obrigações que decorrem desse pedido de assistência financeira", declarou Seguro na sua intervenção inicial no congresso do PS, já depois de ter lamentado que "ao défice democrático se junte agora o défice das contas públicas".
Para António José Seguro, no âmbito do programa de assistência financeira destinado à Madeira, o PS faz duas exigências: "Que seja feito um fortíssimo corte nas gorduras, mordomias e despesismo do Governo regional e do sector empresarial, sem esquecer os consumos intermédios; que seja introduzida uma cláusula democrática que obrigue os órgãos próprios da região a respeitar, na prática, as recomendações do Tribunal de Contas e a reconhecerem os direitos fundamentais dos deputados e dos partidos da oposição".
No final do discurso, questionado pelos jornalistas sobre se estava a responder às declarações de António José Seguro, Alberto João Jardim declarou: "Esse senhor chegou a secretário-geral do PS? Desculpe, o que eu me lembro do sr. António José Seguro é de andar a distribuir preservativos pelas praias do país".