Proteção Civil admite controlo do incêndio até final da manhã
O combate ao incêndio que começou no sábado em Pedrógão Grande continua a evoluir favoravelmente e o fogo pode ficar dominado até ao final da manhã, disse hoje o comandante operacional da Proteção Civil, Vítor Vaz Pinto.
Esta possibilidade está dependente da eliminação de "um dos pontos quentes" do incêndio que ainda subsistem, acrescentou. De acordo com o responsável da Proteção Civil havia dois "pontos quentes preocupantes" ao final do dia de segunda-feira, um deles resolvido durante a noite, e este segundo que poderá ficar resolvido até hora de almoço. Vaz Pinto sublinhou, no entanto, que se mantém condições meteorológicas adversas, com "velocidade de vento de 20 a 30 quilómetros/hora e temperaturas que poderão atingir os 43 graus".
De acordo com este responsável, há nesta altura 157 feridos, sete dos quais em estado grave. Destes, quatro são bombeiros, dois civis e uma criança. O número de vítimas mortais - 64 - não sofreu alteração desde o último briefing.
Segundo a atualização desta manhã, 38 pessoas foram evacuadas das suas casas e 403 pessoas foram assistidas pela unidade de intervenção psicológica,
No terreno estão agora 1153 operacionais, 391 veículos, 11 máquinas de arrasto e 13 meios aéreos - oito aviões e cinco helicópteros.
"Vamos privilegiar a utilização de máquinas de arrasto para libertar combatentes da frente de fogo", acrescentou ainda Vaz Pinto.
No 'briefing' das 04:00, no posto de comando instalado em Avelar, no concelho de Ansião (Leiria), o comandante operacional tinha sublinhado que a situação mais preocupante era o incêndio que lavra no norte do concelho de Castanheira de Pera e "que vai em direção à Lousã".
"Felizmente, já não é uma frente, mas é um ponto sensível e temos de garantir a consolidação da extinção por forma a garantir que o incêndio não se vai propagar, atendendo ao histórico que aqui os incêndios têm", vincou o também comandante distrital de Faro e antigo comandante nacional.
Mesmo depois de estar dominado o incêndio, o comandante vincou que a fase de consolidação e de rescaldo "vai ser muito morosa", face às grandes dimensões do perímetro, o que vai obrigar "a uma organização diferenciada no teatro de operações", num trabalho que poderá "durar dias".
O incêndio começou em Pedrógão Grande, no sábado à tarde, e alastrou depois aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria.
Desde então, as chamas chegaram aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e Coimbra, pelo município de Pampilhosa da Serra.
Mais de 2.200 operacionais no terreno, metade em Pedrógão Grande
Os 12 incêndios que lavram em Portugal mobilizavam, pelas 09:30 de hoje, 2.291 meios operacionais auxiliados por 765 viaturas e 18 meios aéreos, segundo dados da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
De acordo com a informação disponibilizada na página da ANPC na internet, àquela hora três destes incêndios estavam em curso, outros três em resolução e os restantes seis em conclusão.
O incêndio que mobilizava mais meios continuava a ser o de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, onde estão mais de metade dos operacionais destacados para o combate a incêndios.
Este incêndio já consumiu cerca de 26.000 hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.
Além deste, outro dos fogos que mobilizava àquela hora grande número de meios era o de Góis, no distrito de Coimbra.
Chamas em Góis e Pampilhosa da Serra mobilizam meios aéreos
Os meios aéreos foram mobilizados para combater hoje de manhã o incêndio de Góis e Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, informou fonte do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS).
Durante a madrugada, por volta das 04:00, a aldeia de Braçal, no concelho de Pampilhosa da Serra, teve de ser evacuada "por precaução", retirando 15 pessoas daquela localidade, acrescentou fonte do CDOS de Coimbra.
De acordo com a mesma fonte, não se registam casas danificadas pelo incêndio.
De momento, o incêndio no interior do distrito de Coimbra tem três frentes ativas: "uma em direção a Roda Cimeira [concelho de Góis], com um quilómetro de extensão, outra em direção a Braçal [Pampilhosa da Serra] com cerca de dois quilómetros e ainda outra em direção à Ramalheira [Pampilhosa da Serra] com cerca de 1,5 quilómetros".
Esta última frente, acrescentou, está a ser combatida "com recurso a máquinas de rastos".
O incêndio no distrito de Coimbra mobiliza 630 operacionais e 192 veículos.
Também no distrito de Coimbra, estava em fase de conclusão um incêndio em Penela, que ainda mobilizava 160 homens e 51 viaturas.
No distrito de Castelo Branco, 101 bombeiros e 35 veículos estavam em Oleiros, no incêndio que também já se encontrava em fase de conclusão.
Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera (Leiria) em risco 'máximo'
Os concelhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, em Leiria, palco de um incêndio que já causou 64 mortos, estão hoje em risco 'máximo' de incêndio, segundo o Instituto do Mar e da Atmosfera.
De acordo com informação disponibilizada na página da Internet do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), estes municípios fazem parte da uma lista de concelhos que apresentam durante o dia de hoje em Portugal Continental um risco 'máximo' de incêndio.
Segundo o IPMA, estão hoje em risco 'máximo' de incêndio os concelhos de Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera e Alvaiázere (Leiria), Vila Velha de Ródão, Proença-a-Nova, Vila de Rei, Oleiros e Sertã (Castelo Branco), Penela, Miranda do Corvo, Lousã, Góis, Pampilhosa da Serra, Arganil (Coimbra) e Ferreira do Zêzere, Abrantes e Mação (Santarém).
O Instituto colocou também em risco 'máximo' de incêndio os concelhos de Marvão, Nisa, Gavião (Portalegre), Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Coa, (Guarda), Tavira, Castro Marim, Alcoutim, Loulé, Silves, Monchique e Aljezur (Faro), Odemira (Beja) e Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Alfândega da Fé, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros, Vimioso, Bragança e Vinhais (Bragança).
O IPMA colocou também em risco muito elevado e elevado de incêndio vários concelhos dos 18 distritos de Portugal continental.
O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre 'Reduzido' e 'Máximo'.
Temperaturas
Quanto às temperaturas, em Lisboa vão variar entre 23 e 36 graus, no Porto entre 17 e 32, em Leiria entre 19 e 36, em Coimbra entre 19 e 37, em Santarém entre 22 e 41, em Vila Real entre 20 e 35, em Viseu entre 20 e 34, em Bragança entre 18 e 35, na Guarda entre 21 e 31, em Castelo Branco entre 21 e 38, em Portalegre entre 24 e 37, em Évora entre 20 e 40, em Beja entre 22 e 37 e em Faro entre 22 e 29.